Barberena diz em julgamento que é inocente e confessou sob coerção da Polícia

O acusado também repetiu a argumentação de que não participou do crime e encontrou o corpo da esposa já sem vida

Legenda: Marcelo Barberena é acusado de ter matado a esposa Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e a filha Jade Pessoa de Carvalho Moraes, em 2015 - Foto: Foto: Kid Júnior 

Escrito por Redação

Até a tarde desta terça-feira (1º), já haviam sido ouvidas 22 pessoas no julgamento

No segundo dia de julgamento de Marcelo Barberena, que iniciou na segunda-feira (30), o réu disse, em depoimento, que é inocente no caso da morte da esposa Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e da filha Jade Pessoa de Carvalho Moraes, em 2015. Além disso, ele ressaltou que a confissão foi feita sob coerção de autoridades policiais. 

"Não sei porque que fui apontado (como suspeito) desde o primeiro momento. Não sei dizer porque que no meu primeiro depoimento policial, ele me olha sentado no canto da casa chorando e aponta pra mim. E desde o primeiro momento que eu cheguei ao DHPP, nós fomos seguidos pela delegada como único e verdadeiro suspeito", disse Barberena. 

Segundo ele, a delegada Socorro Portela, que presidiu o caso pelo qual ele é acusado, "ia pra mídia falar de mim sempre se referia a mim, e isso é público, nas reportagens, como monstro, como frio, como calculista", disse.

O acusado também repetiu a argumentação de que não participou do crime e encontrou o corpo da esposa já sem vida. "Fui lá falar com ela, me sentei ao lado da cama, me deitei e fui acordar a Adriana. Primeiro mexi na panturrilha, depois mexi na coxa, e a Adriana gelada, sem nada de responder", afirmou.

Até a tarde desta terça-feira (1º), 22 pessoas, incluindo o acusado, já foram ouvidas no Tribunal do Júri que irá definir a responsabilização pela morte de Adriana e Jade.

Durante a manhã, os jurados definiram que também iriam escutar o advogado de defesa de Marcelo Barberena naquela época, o promotor que o acusou e o juiz daquele período. O ex-defensor do réu, o criminalista Flávio Jacinto, afirmou, em depoimento, que não teve conhecimento de nenhuma tortura policial ao cliente à época do caso. As oitivas das testemunhas acabaram durante o início da tarde desta terça-feira. 

O júri é presisido pela juíza Bruna Rodrigues. O Ministério Público é representado pelos promotores de Justiça Anna Gesteira e Luís Bezerra. A assistência da acusação é formada pelos advogados Leandro Vasques e Holanda Segundo. Já a defesa do réu tem os advogados Néstor Santiago e Hamilton Henriques. 

O caso

Marcelo Barberena é acusado de ter matado a esposa Adriana Moura Pessoa de Carvalho Moraes e a filha Jade Pessoa de Carvalho Moraes, em 2015. Elas foram encontradas mortas em uma casa de veraneio, em Paracuru, no dia 23 de agosto daquele ano. 

O réu foi denunciado como autor do duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio). 

Consta na denúncia ofertada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) que, após discussão do casal Marcelo e Adriana, o acusado efetuou disparos contra a esposa e, em seguida, atirou na filha que estava dormindo. Na casa, duas famílias, a das vítimas e a do irmão do acusado, passavam o fim de semana.

Barberena foi preso horas após o crime. Em um dos primeiros depoimentos prestados, ele confessou os homicídios. Depois mudou sua versão sobre os fatos alegando ter sido forçado por policiais a confessar a ação. Atualmente, o réu sustenta já ter se deparado com a esposa ensanguentada no dia da tragédia.  

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