Adolescente é morto pelo Exército em bairro da Grande Vitória

Exército e a família do menor tem versões diferentes

[caption id="attachment_134118" align="alignleft" width="300"]-04 Adolescente é morto pelo Exército em bairro da Grande Vitória Munição encontrada onde adolescente foi morto em Cariacica (Foto: Bernardo Coutinho/A Gazeta)[/caption] Família diz que ele levou tiro de fuzil na cabeça quando voltava para casa. Força-tarefa federal afirma que morte ocorreu em confronto. Do G1 ES Um adolescente de 17 anos foi morto pelo Exército em um bairro da Grande Vitória na madrugada desta sexta-feira (10). As Forças Armadas compõem a força-tarefa federal que está fazendo o pratrulhamento das cidades do Espírito Santo há oito dias, desde que a PM deixou de sair às ruas após mulheres dos policiais bloquearem as saídas dos batalhões. A morte ocorreu por volta da 1h, na Rua Amélio Barcelos, em São João Batista, em Cariacica. Segundo a família, o rapaz foi baleado a poucos metros de casa. A Polícia Civil disse que não dá informação sobre o caso para não atrapalhar as investigações. O Exército afirma que a morte ocorreu durante um confronto, mas a família contesta essa versão. A prima do adolescente, Tatiana da Silva Rodrigues, de 22 anos, disse que o rapaz estava na casa de uma tia perto de onde ele morava. Quando os irmãos dele viram que a Polícia Rodoviária Federal e o Exército estavam no bairro, ligaram e pediram para que ele voltasse para casa. "Ele subiu o morro e, quando virou a rua, atiraram na cabeça dele", afirma Tatiana. Ela disse que o primo era estudante, estava no 6º ano da escola estadual Eulalia Moreira e trabalhava vendendo mel na feira com os irmão de 22 e 24 anos. Segundo ela, o rapaz morava no bairro com os irmãos e o pai, que tem uma doença degenerativa. "Eles estão muito abalados, tristes". Tatiana afirmou que foram encontradas seis balas de fuzil no local do crime. "Duas a polícia levou e quatro ficaram com a gente". Em nota, a força-tarefa conjunta que atua no estado afirmou que os militares foram acionados para fazer uma patrulha nas imediações da Unidade de Internação Socioeducativa (Unis). A unidade está localizada na Avenida Governador José Sette, a cerca de 1,5 km de onde ocorreu a morte. O supervisor da Unis, segundo a nota, solicitou apoio "depois de três criminosos tentarem, do lado de fora, abrir uma brecha no muro da unidade, a fim de permitir a fuga de internos". Os homens também teriam disparado contra os segurança da Unis. Ainda segundo a força-tarefa, "houve troca de tiros entre os criminosos armados e a patrulha", que "reagiu em defesa própria". "Durante a troca de tiros, foi constatado que um dos transgressores foi atingido e veio a óbito", termina a nota.
A família da vítima contesta a versão. "A polícia viu que meu primo morreu com a roupa do corpo a um minuto de chegar em casa. Quando o Exército viu que a família dele correu pra rua gritando, que era um menino de família, eles subiram no carro e foram embora", afirma Tatiana. Segundo ela, agora as pessoas do bairro estão com medo. "Não tem ninguém na rua, tá todo mundo em choque ainda". PM nos quartéis Há oito dias a PM não sai dos quarteis no Espírito Santo. Um movimento de parentes dos policiais bloqueia a saída dos batalhões. Eles pedem reajuste salarial para a categoria, que é proibida de fazer greve. Na noite desta sexta-feira (10), o governo chegou a anunciar o fim do movimento e que os PMs voltariam para as ruas às 7 horas deste sábado (11). O acordo saiu de uma reunião entre representantes das associações dos policiais e o governo, mas as famílias dos policiais não aceitaram e o movimento continuou.

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