Piloto preso em operação da PF em RO já teve ligação com Cartel de Cali

Operação Cardeal deflagrada nesta quinta (31) aconteceu em seis estados.

Piloto transportava drogas em avião e não tinha plano de voo, diz delegado. Jonatas Boni*Do G1 RO [caption id="attachment_126484" align="alignnone" width="300"]-17 Piloto preso em operação da PF em RO já teve ligação com Cartel de Cali PF apreendeu 40 carros de concessionárias de Porto Velho durante operação (Foto: Hosana Morais/ G1)[/caption] O piloto de avião comercial preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Cardeal, deflagrada nesta quinta-feira (31), já teve ligação direta com o Cartel de Cali – organização de narcotráfico que controlou 80% das exportações de cocaína na Colômbia nos anos de 1990. Segundo investigações, o piloto, além de comandar a associação de tráfico e lavagem de dinheiro em seis estados, fazia o transporte dos entorpecentes em um avião que não apresentava planos de voo para as autoridades. Segundo o delegado da PF, Leonardo Marino, os investigadores estavam monitorando o piloto, que não teve o nome divulgado, desde o ano passado. "Ele havia uma maneira peculiar de trabalhar e conhecia muito bem o espaço aéreo brasileiro e conseguia fugir de qualquer abordagem que a PF tentasse fazer. transitava sempre entre Porto Velho e Humaitá (AM). Além de transferir e transportar drogas por interesse próprio, ele fazia frete para outros grupos", diz. Ao saber os métodos e ações do piloto, a PF aprofundou as investigações no intuito de descobrir quem fazia a lavagem de dinheiro do tráfico, o intermediador e quem recebia a droga que saia de Rondônia para outros estados, como Pará, Ceará e Maranhão.

Delegado diz que associação criminosa é investigada há 9 meses, em Rondônia (Foto: Hosana Morais/ G1)
Delegado diz que associação criminosa é investigada há 9 meses, em Rondônia (Foto: Hosana Morais/ G1)
Os destinos eram o interior do estado do Maranhão e Pará. "Tudo era feito por esse piloto, sendo que depois a droga era escoada por via terrestre até o Ceará", explica. Com o dinheiro do tráfico e lavagem de dinheiro, o piloto conseguiu comprar avião, carros, apartamentos de luxos e casas, segundo a PF. Nesta quinta-feira, a PF cumpriu 149 medidas cautelares expedidas pela Justiça. Ao todo, 28 pessoas foram presas em Rondônia, Amazonas, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Norte e Ceará. Também houve o cumprimento de 12 mandados de condução coercitivas e 32 de buscas para apreender automóveis, aeronaves, rebanhos bovinos e sequestro de 23 imóveis.
Agentes da PF cumprem mandados em Porto Velho, durante Operação Cardeal (Foto: Hosana Morais/ G1)
Agentes da PF cumprem mandados durante a Operação Cardeal (Foto: Hosana Morais/ G1)
Somente em Porto Velho, onde se concentrou as investigações, três concessionárias, uma distribuidora de bebidas e uma joalheria foram fechadas pelos policiais. Ao todo, foram apreendidos 40 veículos só nas concessionárias. Conforme investigações, estes locais eram usados para fazer a lavagem de dinheiro. Em Ariquemes, no Vale do Jamari, uma serralheria também fazia parte do esquema e por isso foi fechada. Passagem por tráfico Conforme a PF, o piloto que comandava a associação já foi preso por tráfico de drogas. A prisão aconteceu no ano de 1999 em Marabá (PA). Na época, o piloto foi flagrado transportando mais de 800 quilos de entorpecentes. "Desde que saiu da prisão o piloto comercial vem trabalhando com o tráfico novamente, de onde conseguiu comprar apartamentos de luxo, fazendas, casas, carros", diz o delegado Marinho. Operação A Operação Cardeal, segundo a PF, é resultado das investigações da Operação Nova Dimensão, que revelaram uma organização criminosa que seria responsável pela rota de tráfico de drogas entre Porto Velho e Fortaleza e lavagem de dinheiro, obtido com a compra e venda dos entorpecentes. Segundo a PF, o grupo transportava aproximadamente 150 quilos de cocaína de Rondônia para o Ceará todos os meses. A apuração teve início em janeiro de 2015, desde então, vários membros da organização foram presos em flagrante durante o transporte de drogas. As apreensões ocorreram em diversos pontos do país, entre eles o Distrito Federal e o Maranhão. Os envolvidos começaram a ser investigados devido ao padrão de vida incompatível com os rendimentos recebidos de forma legal. Os suspeitos possuem imóveis e veículos Fortaleza e Porto Velho. Já a Operação 01 descobriu uma suposta quadrilha que comprava drogas diretamente da Bolívia, na cidade de Guayaramerín, que faz fronteira com Guajará-Mirim, em Rondônia. Os entorpecentes eram adquiridos em um sistema de "consórcio", para a distribuição para outros estados. Colaborou: Hosana Morais, do G1 Rondônia.

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