Ao lado do ídolo Clodoaldo, Daniel é prata e segue aumentando coleção

Daniel Dias, se inspirou no atleta Clodoaldo Silva

No 4x50m livre com Susana Schnarndorf e Joana Neves, os dois maiores nomes da história da natação paralímpica do país sobem ao pódio na última vez nadando juntos Por Cláudio Amaral, Fabrício Marques e Lydia GismondiRio de Janeiro Há 12 anos, o adolescente Daniel Dias acompanhava do sofá de sua casa o show de Clodoaldo Silva na piscina de Atenas. Nesta sexta-feira, nos Jogos Rio 2016, o atual astro da natação paralímpica brasileira teve a chance de dividir com seu ídolo a mesma raia e um lugar no pódio do revezamento 4x50m livre misto 20 pontos. Com a ajuda do atleta que o inspirou a se dedicar ao esporte, o multicampeão de 28 anos garantiu a prata e chegou à sua 17ª medalha em Paralimpíadas. Inscrito em outras sete provas na competição, Daniel pode encerrar sua participação com a incrível marca de 24 pódios em toda carreira. Para esta prova, cada quarteto tinha que respeitar um limite de 20 pontos no somatório das classes dos atletas. O Brasil usou uma estratégia de equilíbrio, com quatro nadadores S5, enquanto os principais rivais, da China, arriscaram colocando dois S3, um S6 e um S8. Clodoaldo abriu para os brasileiros entregando em primeiro com boa vantagem para Joana Neves, que perdeu uma posição ao enfrentar uma chinesa da S8. Susana Schnarndorf manteve o mesmo ritmo e segurou o segundo lugar. Principal astro da seleção brasileira, Daniel Dias acelerou nos seus 50m, mas não foi o suficiente para alcançar o líder, que garantiu o ouro para a China com o tempo de 2m18s03 (novo recorde mundial). O Brasil fez 2m25s45. O quarteto ucraniano completou o pódio em 2m30s66. [caption id="attachment_130849" align="aligncenter" width="300"]-14 Ao lado do ídolo Clodoaldo, Daniel é prata e segue aumentando coleção Revezamento Brasil Paralimpiada natação (Foto: Reuters)[/caption] Escolhido para acender a pira da Rio 2016 na última quarta-feira, Clodoaldo Silva já estava em sua segunda Paralimpíada quando Daniel Dias, um adolescente de 16 anos, o viu competindo em Pequim 2008 e assim despertou o interesse pelo esporte. O experiente atleta de 37 anos, que teve uma paralisia cerebral por falta de oxigênio durante o parto, afetando a mobilidade de suas pernas e sua coordenação motora, é considerado um dos precursores do esporte paralímpico brasileiro. Em casa, nos Jogos do Rio, o agora dono de 14 medalhas encerra sua trajetória vitoriosa nas piscinas, enquanto Daniel já assume o bastão de referência com propriedade. Maior medalhista em Paralimpíadas da história do Brasil, Daniel Dias disputará, além dos 200m livre S5 - vencida na quinta - e do 4x50m livre misto 20 pontos, outras cinco provas individuais na Rio 2016 e é candidato a subir ao pódio em todas elas: 50m livre, 100m livre, 50m borboleta e 50m costas da classe S5, além dos 100m peito SB4. O brasileiro, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, ainda deve disputar os revezamentos 4x100m livre masculino 34 pontos e 4x100m medley masculino 34 pontos. Se seguir subindo ao pódio em todas as sete provas ainda previstas para nadar na Rio 2016, o fenômeno de 28 anos alcançará a incrível marca de 24 medalhas paralímpicas, ultrapassando o atual recordista da natação masculina, o australiano Matthew Cowdrey, que tem 23 e não disputa os Jogos do Rio. -14.1 Ao lado do ídolo Clodoaldo, Daniel é prata e segue aumentando coleção Descrição da imagem: Clodoaldo e Susana festejam a medalha de prata (Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO)