Moro decreta prisão preventiva de ex-gerente da Transpetro
Ex-gerente da transpetro suspeito de recebimento de R$ 7 milhões
[caption id="attachment_140441" align="alignleft" width="300"] José Antônio de Jesus ex-gerente da transpetro foi preso temporariamente na terça-feira (21), na 47ª fase da Operação Lava Jato (Foto: Giuliano Gomes/PR Press )[/caption] Moro decreta prisão preventiva de ex-gerente da Transpetro. Decisão do magistrado é desta sexta-feira (24); ele havia sido preso temporariamente na terça-feira (21), na 47ª fase da Lava Jato. Por G1 PR, Curitiba O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decretou a prisão preventiva do ex-gerente da Transpetro, José Antônio de Jesus, na tarde desta sexta-feira (24). Ele foi preso temporariamente na manhã de terça-feira (21), na 47ª fase da operação. Agora, com a prisão preventiva, não há prazo para José deixar a carceragem da Polícia Federal (PF). Ele e os familiares são suspeitos de negociar o recebimento de R$ 7 milhões em propinas pagas pela empresa de engenharia NM em troca de favorecimento em contratos com a subsidiária da Petrobras. "Presentes riscos à ordem pública, pela gravidade concreta dos crimes e também pelo risco de reiteração de condutas de ocultação e dissimulação, e à aplicação da lei penal, pelo risco de dissipação do produto do crime e de fuga, forçoso reconhecer a presença dos fundamentos da prisão preventiva", escreveu Moro. "Inviável, por outro lado, substituir a prisão preventiva por medidas cautelares alternativas, uma vez que os crimes foram praticados subrepticiamente, inclusive a lavagem, e não há como prevenir novos atos de lavagem e de dissipação de ativos com medidas cautelares alternativas, especialmente quando desconhecido o local onde se encontram os ativos dissipados", acrescentou. A força-tarefa da Lava Jato diz que há provas que indicam que o ex-gerente recebeu suborno para favorecer a empresa em contratos com a Transpetro. Os contratos, relacionados às áreas de engenharia e dutos, ultrapassavam o valor de R$ 1,5 bilhão, segundo a procuradora da República Jerusa Burmann Viecili. A procuradora disse ainda que ainda está sendo investigado quanto dos R$ 7 milhões de propina foram destinados ao PT e quem seriam os políticos beneficiados com o dinheiro. Jerusa afirmou também que, até o momento, não há indícios de que o dinheiro das propinas foi usado em campanhas eleitorais. Para ocultar a origem ilícita dos recursos, o valor foi pago por meio de depósitos realizados em contas bancárias de terceiros e familiares de José, vindo de contas da empresa de engenharia e/ou de seus sócios. Segundo os procuradores, o ex-gerente teria pedido, inicialmente, o pagamento de 1% do valor dos contratos da empresa com a Transpetro como propina, entretanto, o acerto final ficou em 0,5%. José Antônio se desligou da Transpetro recentemente, ainda de acordo com o MPF. Bloqueio de bens Moro ordenou o bloqueio dos ativos financeiros em contas e investimentos bancários até o montante de R$ 10 milhões. A determinação vale para Jesus, a mulher e dois filhos dele, entre outros investigados, além de empresas. “Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até os montantes dos ganhos ilícitos”, disse o juiz na decisão em que autorizou o cumprimento dos mandados. O outro lado Em nota, o PT disse que "mais uma vez a Lava Jato busca os holofotes da mídia para fazer acusações ao PT, sem apresentar fatos para comprovar o que diz". "A cada dia fica mais claro que os procuradores de Curitiba se desviaram do combate à corrupção para fazer guerra judicial e midiática contra o partido. O PT não tem qualquer participação nos fatos investigados e tomará as medidas judiciais cabíveis diante das condutas levianas e ilegais de quem acusa sem provas", diz o texto. A Transpetro disse que vem apurando denúncias de irregularidades em contratações da companhia envolvendo o ex-funcionário José Antônio de Jesus. "Todas as informações obtidas nas apurações foram encaminhadas ao Ministério Público Federal e demais órgãos competentes. A Transpetro reitera que é vítima nestes processos e presta todo apoio necessário às investigações da Operação Lava Jato", informou.
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