STJ autoriza depoimento de Youssef em inquérito sobre Pezão e Cabral

Preso em Curitiba, doleiro será ouvido em dezembro por juiz auxiliar do STJ. Ministro do STJ autorizou prorrogação do inquérito sobre Tião Vianna.

Renan RamalhoDo G1, em Brasília O ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou o doleiro Alberto Youssef – um dos delatores da Operação Lava Jato – a depor no inquérito que investiga o suposto envolvimento do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do ex-governador fluminense Sérgio Cabral, ambos do PMDB, no esquema de corrupção que atuava na Petrobras. A autorização foi assinada no dia 12, mas foi divulgada somente nesta segunda (16) pela assessoria do tribunal. Os dois peemedebistas são suspeitos de terem recebido R$ 30 milhões em doações não declaradas para a campanha eleitoral de 2010 para o governo do Rio por intermédio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Eles negam captação ilegal de recursos para a campanha. Suspeito de operar propinas na estatal, Youssef será ouvido por um juiz auxiliar do STJ e não pela Polícia Federal, que havia opinado pelo arquivamento do caso. O depoimento está marcado para o próximo dia 10 de dezembro, e será feito por videoconferência. Em setembro, a Polícia Federal pediu o arquivamento das investigações relacionadas aos dois na Operação Lava Jato. Em junho, a pedido da PF, o STJ havia autorizado a quebra de sigilo telefônico dos peemedebistas. A Procuradoria Geral da República, entretanto, solicitou a continuidade da investigaçãoaberta no Superior Tribunal de Justiça para averiguar o suposto envolvimento de Pezão e Cabral. Prorrogação Em despachos proferidos também na semana passada, Salomão – que é relator dos inquéritos da Lava Jato no STJ – também autorizou a prorrogação, por mais 60 dias, de investigações sobre o governador do Acre, Tião Vianna (PT), e sobre o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), atual conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia. No inquérito sobre Vianna, a PF tomará depoimento de Youssef sobre a suspeita de que o ex-governador teria recebido R$ 300 mil para sua campanha de 2010 ao Senado a partir de uma ordem de Paulo Roberto Costa. Já na investigação sobre Negromonte, o ministro do STJ ordenou que companhias aéreas informem sobre voos feitos por Youssef à Bahia. Em delação premiada, o doleiro contou que negociou R$ 25 milhões em propina para implantação de sistema de rastreamento de veículos quando era Negromonte era ministro.