FIM DE ANO: Vendas no Mercado Central de Juazeiro devem crescer 30%

Juazeiro do Norte Com a proximidade do fim do ano, os cerca de 400 comerciantes de variedades do Mercado Central deste município apostam em um aumento das vendas de, pelo menos, 30% em relação aos meses anteriores. O período de Natal, como a mais importante data comercial do ano, poderá render a mais, em relação a 2011, pelo menos 10%. A Associação dos Comerciantes do Mercado Central (Ascomec) aposta nesta perspectiva já que, nos últimos meses, em função do quadro de estiagem, comerciantes de outros Estados, que se abastecem do mercado, reduziram a comercialização dos seus produtos.

Segundo o vice-presidente da Ascomec, Raimundo Júnior, o espaço comercial, com mais de três décadas de atuação na cidade, funciona atualmente como um termômetro do comércio no município, referência para compradores de cidades interioranas de Estados como a Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Piauí, além do Ceará e região. "Pelo menos 60% da minha clientela são de outras cidades", diz ele. Há cerca de 10 anos comercializando artigos em couro e acessórios, Júnior afirma que o quadro de seca resultou num impacto negativo para os permissionários.

A infinidade de artigos no Mercado Central de Juazeiro do Norte chama a atenção. Desde alimentos ao presente de fim de ano, como artesanato. "São produtos do local ao universal", diz o vice-presidente, ao enfocar a grande variedade de material importado. Ele destaca que, nos últimos quatro anos, os comerciantes do mercado passaram por um processo de organização, principalmente relacionada à formalização. Os que restam ainda na informalidade são os mais novos, que estão se organizando para a regulamentação.

Atacado

As vendas do Mercado Central se destacam não apenas na área varejista, mas principalmente no atacado. O espaço passou a ser um dos referenciais também para os romeiros que, no fim de ano, lotam as dependências do espaço. Os devotos do Padre Cícero, neste período, promovem uma romaria diferenciada, aproveitando os recessos e férias de fim de ano. Por conta da movimentação na cidade, passou-se a chamar a romaria de Natal, que conta com movimentação até a festa de Nossa Senhora das Candeias, no início de fevereiro, fechando o calendário das grandes romarias do município.

O que mais chama a atenção dos clientes do comércio é o preço reduzido dos produtos em relação ao mercado. O que proporciona essa oportunidade de compras, segundo os comerciantes, é justamente a abertura para as vendas no atacado. Na área do térreo são comercializados mais artigos importados, a parte de alimentação, artesanato, raízes, artigos em couro e, no primeiro andar, o potencial maior é voltado para a venda de confecções.

Há mais de 30 anos no espaço, o permissionário José Aragão comercializa bolsas e acessórios. De olho nas vendas de fim de ano, ele considera o movimento ainda abaixo das expectativas, mas acredita que a movimentação deve chegar a mais de 30% na comercialização dos seus produtos. "No começo, o mercado ainda era pouco representativo nas vendas, mas tomou uma grande proporção para o comércio da cidade", diz ele. Aragão afirma que é comum receber clientes do Sul do Brasil e de todo o Nordeste para fazer compras no local.

Porém, Raimundo Júnior destaca a carência de infraestrutura. Segundo ele, tendo em vista a importância do espaço de comercialização, como garantia de emprego e sobrevivência para centenas de pessoas, faltam investimentos do poder público. Conforme o comerciante, inexiste uma política administrativa definida para o mercado. Nos últimos quatro anos, houve retorno de mais de R$ 700 mil para o município. "Não estamos gerando prejuízos como dizem. É importante que o poder público olhe de outra forma para o mercado, como espaço que hoje detém uma importante fatia do comércio da cidade", avalia.

Surpresa

Não é difícil encontrar turistas, comerciantes de várias cidades do Ceará e de outros Estados no Mercado Central. A faturista Ceiça Carvalho, do município de Araripe, visitou pela primeira vez o espaço de compras, para adquirir presentes de Natal. Se surpreendeu com a grande variedade dos produtos. "Realmente, é bom a gente comprar aqui. Por conta da concorrência e da movimentação, temos também a oportunidade de negociar".

Já a comerciante da cidade de Catolé do Rocha, na Paraíba, Elisângela Gomes Oliveira, classifica o Mercado Central de Juazeiro do Norte como um dos mais importantes do Nordeste. Ela vem reabastecer o seu espaço de compras. Há mais de seis anos faz esse percurso. A outra parte de sua mercadoria é adquirida em Fortaleza.

Mais informações:

Mercado Central de Juazeiro
Associação dos Comerciantes
Rua São Paulo, Centro
Telefone: (88) 9959.8350/9965.1200

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER