Motoristas de ônibus aprovam indicativo de greve em Juazeiro do Norte
Greve dos motoristas de ônibus pode afetar o Cariri
[caption id="attachment_146910" align="alignleft" width="300"] 65 motoristas aprovaram indicativo de greve. (Foto: Antonio Rodrigues)[/caption] Motoristas de ônibus aprovam indicativo de greve em Juazeiro do Norte por Antonio Rodrigues Juazeiro do Norte. Com assembleia realizada na plataforma de embarque do Terminal Rodoviário, 65 motoristas de ônibus que realizam transporte intermunicipal e interestadual aprovaram o indicativo de greve. Até a próxima sexta-feira (06), pode haver uma paralisação geral, que afetará também o deslocamento entre os municípios vizinhos: Crato, Barbalha e Missão Velha. A categoria reivindica, principalmente, a manutenção de seu salário e de sua jornada de trabalho, que passaria de 44h para 24h semanais, reduzindo a remuneração em mais de 50%. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros Intermunicipal e Interestadual (Sinteti), a greve acontece depois de quase quatro meses de negociações acompanhadas pelo Ministério do Trabalho. Na última sugestão do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Intermunicipal e Interestadual do Ceará (Sinter Ônibus) teria um reajuste de 3%, aumento de R$ 0,50 no vale-refeição e R$ 10 na cesta básica, mas não houve acordo pela redução da jornada imposta. Os motoristas iniciaram as negociações pedindo aumento de 8%, mas para evitar o travamento no acordo, reduziu o pedido para 4%. Também fixou o valor de R$ 14 no vale refeição e R$ 140 na cesta básica. A jornada permaneceria a mesma. Segundo o motorista Osvaldo Landim, desde as manifestações no último dia 20 de junho, realizadas em Juazeiro do Norte e Fortaleza, o sindicato patronal ignorou os motoristas e coagiu a categoria a assinar um aditivo em seu contrato. “Esse documento é o que eles querem colocar: a redução da carga horária, o banco de horas, a redução do tempo de descanso. Eles não querem sentar conosco”, garante. “A gente leva 48, 60 vidas. Qualquer descuido, morre oito, dez vidas. O patrão reduz nosso salário e a gente fica preocupado sem ter o que comer, o que colocar em casa”, lamenta Osvaldo. O motorista acrescenta que o governador Camilo Santana foi procurado para mediar as negociações. “Mandamos ofício e fomos lá. Infelizmente, está dando as costas para os trabalhadores. Não se manifestou em nada”, completa. Nas próximas 72 horas, os motoristas vão comunicar os órgãos oficiais, como o Ministério do Trabalho, sobre a paralisação. O transporte coletivo, assim como a segurança e saúde, é um serviço essencial. Por isso, os motoristas esperam que, nesse período, haja uma nova negociação.
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