Juazeiro do Norte-CE: Ambulante morre de infarto e amigos atribuem óbito à pressão exercida por fiscais da Semasp
O ambulante Leôncio Alves dos Santos, de 62 anos e algumas décadas deles dedicadas ao trabalho, morreu na madrugada desta segunda-feira (16) vítima de infarto de acordo com sua esposa, a senhora Damiana Rodrigues dos Santos.
Enquanto a família prefere não comentar sobre seu falecimento, amigos dele afirmam que tudo aconteceu como resultado de pressão exercido sobre ele por fiscais da Semasp – Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos – de Juazeiro do Norte.
Durante a Romaria de Nossa Senhora das Dores, “Primo”, como era popularmente conhecido o senhor Leôncio, foi um dos muitos ambulantes abordados por fiscais da Semasp. Muitas abordagens se deram de forma truculenta.
Segundo a esposa, dias antes de a Romaria terminar, ele estava em dúvida se comprava 500 laranjas para revender temendo que os frutos fossem apreendidos pelos fiscais, o que aconteceu com muitos vendedores.
De acordo com amigos, o pneu do carrinho em que ele vendia as laranjas furou e os funcionários da Secretaria passaram a pressioná-lo para que Primo tirasse-o do local. Alguns tentaram fazê-lo a força enquanto o comerciante buscava materiais para reemendar o pneu.
“Nós não deixamos. Muitos ambulantes e até mesmo os romeiros se juntaram pra cima do carrinho pra não deixar que eles (os fiscais) levassem”, afirma uma colega de profissão de Seu Leôncio que presenciou toda a ação, mas prefere guardar sigilo temendo represálias.
“Ele não se reclamava de nada, só quando os fiscais vinham pegar no pé dele”, disse o comerciante e amigos Jonas. “Acho que o que abalou mais ele foi essa pressão dos fiscais, preocupado. Ele chegou falando para a esposa que ia pegar 500 laranjas para vender na segunda, mas estava com medo dos fiscais. Já tem problema de saúde, aí a pressão fez com que acontecesse esse fato, não é?”, acrescentou.
O corpo de Seu Leôncio foi velado em sua residência localizada não número 325 da Rua Caminho do Horto e sepultado às 16h sob misto de comoção e revolta por parte de familiares e colegas de trabalho após cortejo fúnebre até o Cemitério do Socorro.
Robson Roque
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