Francisco e Bento XVI rezam juntos e se reúnem por 45 minutos
O papa Francisco e seu predecessor, o papa Emérito Bento XVI, mantiveram neste sábado, no palácio apostólico de Castel Gandolfo, uma conversa particular de 45 minutos, em um encontro inédito na história do catolicismo entre dois papas.
Bento XVI recebeu pessoalmente o novo papa no heliporto da residência de veraneio papal e depois se reuniu com ele na biblioteca do palácio apostólico, segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi. "O abraço no heliporto entre o papa e o papa emérito foi muito bonito", comentou Lombardi, confirmando que os dois usavam a batina papal branca.
Durante o encontro, o papa emérito reiterou ao papa Francisco "sua reverência e obediência", e novo pontífice, por sua vez, manifestou seu "agradecimento próprio e de toda a Igreja pelo ministério desenvolvido por Bento XVI durante seu pontificado", informou o porta-voz.
Durante o histórico encontro, os dois líderes religiosos rezaram na capela do palácio apostólico.
"Papa Francisco quis que se sentassem juntos, no mesmo banco, para rezar. Ele disse: \'somos irmãos\'", contou Lombardi, depois de explicar que o Papa emérito havia oferecido o posto de honra.
Durante o encontro privado na biblioteca, Francisco presenteou seu antecessor com uma imagem da "Virgem da humildade". "Francisco disse que escolheu esta virgem porque pensou nele e em todos os exemplos de humildade que deu durante seu pontificado", explicou Lombardi.
Inúmeras pessoas congregadas na pequena praça central do balneário aplaudiram quando o helicóptero com o novo papa sobrevoou a localidade.
A televisão oficial do Vaticano, que acompanha todos os eventos do papa, não divulgou imagens, confirmando o desejo de discrição dos dois pontífices.
O objetivo é fazer com que os dois homens de branco - Ratzinger, Papa emérito desde 28 de fevereiro, continua a vestir uma batina branca - fiquem protegidos dos olhos da imprensa na tranquilidade da residência pontifícia de veraneio.
Os assuntos a serem discutidos são muitos em uma igreja de 1,2 bilhão de fiéis: a "nova evangelização", as perseguições contra os cristãos, a reforma da Cúria, as divisões internas, os escândalos envolvendo dinheiro e sexo, incluindo os terríveis casos de pedofilia. os dois sacerdotes devem falar do "Vatileaks", o caso dos vazamentos de documentos confidenciais, sobre o qual cardeais aposentados investigaram de forma paralela e prepararam um relatório que foi apresentado ao novo papa.
Correio Braziliense
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