Negociação para formar novo governo grego recomeça nesta quarta

Novo governo quer renegociar com credores o pacote de ajuda econômica.

G1, com agências internacionais

O líder do partido socialista Pasok, Evangelos Venizelos (à esquerda) se encontra com o líder do esquerdista moderado Fotis Kouvelis, nesta terça-feira (19), em Atenas

As negociações tripartidárias para formar um novo governo na Grécia devem continuar nesta quarta-feira (20), sob os olhos da União Europeia e da comunidade internacional.

"Discutimos todas as questões políticas, fizemos progressos e vamos continuar amanhã às 10h GMT (7h de Brasília), disse Kostas Skandalidis, do partido socialista Pasok, um dos três envolvidos nas negociações.

"Deve ser formado um governo o quanto antes", disse antes o líder do Pasok, Evangelos Vanizelos, à TV local.

Desde as eleições legislativas de domingo, nas quais o conservador partido Nova Democracia foi vitorioso,  três partidos gregos tentam entrar em um acordo sobre uma plataforma política comum para as negociações da Grécia com seus credores: o próprio Nova Democracia, o Pasok, e o pequeno partido Esquerda Democrática.

 As conversas desta terça não foram suficientes para definir o gabinete, segundo fontes dos três partidos.

Com a vitória na eleição parlamentar do fim de semana, o líder do partido Nova Democracia, Antonis Samaras, recebeu a missão de formar um governo.

O Nova Democracia e o Pasok de Venizelos dispõem da maioria o Parlamento, mas ambos desejam que o novo gabinete tenham uma base mais ampla, ante a oposição da esquerda radical, do partido Syriza, segundo mais votado no domingo e contrário ao plano de austeridade imposto ao país por FMI e União Europeia. Por isso a necessidade de atrair o Esquerda Democrática.

Partidos tradicionais
O Nova Democracia e o Pasok se alternaram no poder desde o fim do regime militar grego, em 1974.

No ano passado, a crise econômica que castiga o país forçou os arquirrivais a partilharem o poder, num governo de unidade nacional favorável ao pacote financeiro internacional.

Mas o apoio ao Pasok despencou neste ano, deixando-o num distante terceiro lugar eleitoral, atrás do Nova Democracia e do esquerdista Syriza.

Numa notável mudança de tom desde a eleição de domingo, líderes de partidos que antes apoiavam o resgate agora falam abertamente em renegociar seus termos junto à União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

Parceiros europeus, especialmente a Alemanha -maior economia do bloco- admitem rever alguns prazos de pagamento dos empréstimos, mas rejeitam repetidamente a renegociação dos termos.

"O novo governo deve se ater aos seus compromissos, com os quais o país concordou", disse a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, durante reunião do G20 no México.