Oposição venezuelana exige 'a verdade' sobre saúde de Chávez
Vice-presidente desmente boatos e diz que estado de Chávez é 'complexo'.
Da France Presse
Cidadão caminha próximo a mural com desenho de Chávez. Presidente segue em tratamento em Cuba e tem estado de saúde 'complexo'
A oposição venezuelana exigiu do governo que diga a verdade sobre o estado de saúde do presidente Hugo Chávez, hospitalizado em Cuba, afirmou nesta quarta-feira (02) o secretário executivo da Mesa da Unidade Democrática, Ramón Guillermo Aveledo.
"É essencial que o governo atue de modo que dê confiança. É essencial que diga a verdade", afirmou Aveledo, taxando de "irresponsabilidade descomunal" a intenção de fazer crer que Chávez está 'em exercício de suas funções'.
“Já que o governo prometeu dizer a verdade (durante a noite de terça-feira)”, por meio do vice-presidente, Nicoás Maduro, “quero que digam se acabam todas as discussões e se põem fim a todos os rumores, filhos do silêncio do governo”, afirmou.
Aveledo pediu ainda “um diagnóstico e um prognóstico médico” sobre a saúde do líder, que tem 58 anos. Esta é a primeira vez que a oposição se pronuncia tão claramente sobre a incerteza surgida desde a internação de Chávez em Cuba. O governo informou aos poucos sobre evolução do estado de saúde do presidente, que já passou por quatro cirurgias durante o tratamento de um câncer.
Na noite de terça-feira, Maduro disse em uma entrevista que Chávez segue em um estado “complexo”, sem dar mais detalhes. O presidente, reeleito e outubro deste ano, deve tomar posse dentro de oito dias diante da Assembleia Nacional, e o governo ainda não declarou o que irá fazer caso Chávez não possa estar presente.
Pouco antes da entrevista, um jornal espanhol noticiou que Hugo Chávez estaria em coma induzido, citando fontes anônimas ligadas à inteligência do país. Maduro criticou enfaticamente o que chamou de "boatos" ligados à saúde do presidente, e pediu que o povo confiasse nas informações passadas pelo governo. "Ele está consciente do complexo estado pós-operatorio e nos pediu expressamente que mantivéssemos o povo informado.
“Em 10 de janeiro começa um novo período constitucional. Se o presidente não se apresentar, cabe ao presidente da Assembleia Nacional assumir o cargo de maneira interina, como manda a constituição”, apontou Aveledo.
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