EUA vão enviar mais aeronaves de combate e navios de guerra ao Oriente Médio em meio a ameaças do Irã e aliados a Israel
Na última terça-feira, um ataque israelense matou o comandante militar do movimento liba-nês Hezbollah
Por AFP com The New York Times
O porta-aviões Theodore Roosevelt navega perto do Golfo Arábico, equipado com cerca de 40 aviões de ataque F/A-18 Super Hornet e F-35. — Foto: Paul L. ARCHER / US NAVY / AFP
Ao longo da semana, países prometeram represálias após os assassinatos de líderes do Hezbollah e do Hamas
Os Estados Unidos vão reforçar suas capacidades defensivas no Oriente Médio, em meio a ameaças do Irã e aliados a Israel, afirmou o Pentágono nesta sexta-feira. Além de caças, serão enviados navios de guerra para a região "para mitigar a possibilidade de escalada regional pelo Irã".
O número de aviões e navios a serem enviados ainda não foi definido, assim como as aprovações finais de autoridades sêniores, como a do secretário de Defesa. Os oficiais afirmam tentar calibrar a resposta americana para enviar uma quantidade suficiente de aeronaves o mais rapidamente possível para ajudar Israel sem parecer que estão escalando o conflito.
— O secretário de Defesa Lloyd Austin ordenou ajustes na postura militar dos EUA projetados para melhorar a proteção da força dos EUA, aumentar o apoio à defesa de Israel e garantir que os Estados Unidos estejam preparados para responder a várias contingências — disse a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh.
Na última terça-feira, um ataque israelense matou o comandante militar do movimento libanês Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute, capital do Líbano. Horas depois, o líder do Hamas Ismail Haniyeh foi assassinado na capital iraniana, Teerã. Israel não confirmou a autoria do segundo ataque, mas o grupo palestino e o Irã o atribuíram às forças israelenses.
Nesta sexta-feira, a secretária adjunta de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, afirmou que o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, vai comandar múltiplas ações "para reforçar a proteção das forças americanas em toda a região, proporcionar um maior apoio à defesa de Israel e garantir que os Estados Unidos estejam preparados para responder a esta crise".
Ao longo da semana, o Irã e seus aliados regionais prometeram adotar represálias pelos assassi-natos dos líderes do Hezbollah e do Hamas, alimentando os temores de um conflito mais amplo na região. Uma fonte próxima ao Hezbollah disse à AFP que os funcionários iranianos se reuniram em Teerã, na última quarta-feira, com representantes do chamado "eixo de resistência", uma aliança informal de grupos apoiados pelo Irã e hostis a Israel, para discutir seus próximos passos.
— Dois cenários foram discutidos: uma resposta simultânea do Irã e de seus aliados ou uma resposta escalonada de cada parte — disse a fonte.
Ao New York Times, um oficial militar dos EUA disse, sob condição de anonimato, que as forças americanas no Oriente Médio estavam tomando "medidas necessárias" para aumentar o nível de preparo para o combate e proteger as tropas e os aliados dos EUA contra as ameaças.
A secretária adjunta de imprensa do Pentágono disse que, durante uma ligação entre Austin e o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, nesta manhã, o secretário americano "se comprome-teu" com a ajuda dos EUA e reforçou que o país “reforçará a proteção de nossas forças na regi-ão".
O Pentágono também se prepara para a possibilidade de que grupos apoiados pelo Irã, incluindo os Houthis no Iêmen e o Kataib Hezbollah no Iraque, possam atingir as tropas americanas no Oriente Médio como parte da esperada retaliação.
Durante a conversa com Gallant, o secretário de Defesa dos EUA expressou preocupação com a escalada do conflito. Disse que "todos os países" da região se beneficiariam com uma redução das tensões, afirmou Sabrina.
Além de dezenas de aeronaves de combate em terra, o Pentágono já enviou mais de uma dúzia de navios de guerra para a região.
O porta-aviões Theodore Roosevelt, equipado com cerca de 40 aviões de ataque F/A-18 Super Hornet e F-35, navega próximo ao Golfo Pérsico, enquanto o grupo anfíbio de prontidão U.S.S. Wasp, com 30 aviões e helicópteros, além de 4,5 mil fuzileiros navais e marinheiros, opera no leste do Mar Mediterrâneo.
Qualquer poder aéreo adicional pode ser crucial. O Irã disparou mais de 300 drones e mísseis contra Israel em um grande ataque em abril, mas apenas alguns tiveram sucesso, causando danos leves. Jatos da Força Aérea dos EUA baseados na Jordânia e na Arábia Saudita coordenaram-se com caças da Força Aérea Francesa, Jordaniana e Britânica para abater mais de 80 drones.
O Irã telegrafou esse ataque com antecedência, dando ao Pentágono tempo suficiente para deslo-car aeronaves de combate adicionais e navios da Marinha para o local, enquanto os comandantes dos EUA negociavam o acesso ao espaço aéreo para os caças operarem e coordenavam as bate-rias de defesa aérea no solo para ajudar a defender Israel.
Mas não está claro se agora Israel e seus aliados terão tanto tempo para se preparar para qualquer nova rodada de grandes ataques iranianos, afirmam as autoridades.
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/08/02/estados-unidos-vao-enviar-mais-aeronaves-de-combate-ao-oriente-medio-em-meio-a-ameacas-do-ira-e-aliados-a-israel.ghtml
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