Terrorismo em Moscou: atiradores deixam 40 mortos e causam incêndio em casa de concertos

O ataque ocorreu durante um show da banda de rock russa Piknik

A Ucrânia garantiu que não tem "nada a ver" com o ataque 

Autor AFP 

Sala de concertos Crocus City Hall em chamas após o tiroteio em Krasnogorsk, nos arredores de Moscou, em 22 de março de 2024. Homens armados abriram fogo em na sala de concertos no subúrbio de Moscou Crédito: Sergei VEDYASHKIN/Agência de Notícias de Moscou/AFP 

Tiros, seguidos de um incêndio, foram registrados nesta sexta-feira, 22, em uma sala de concer-tos em Moscou, no que foi descrito pelas autoridades russas como "atentado terrorista sangrento". Pelo menos 40 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas

"O balanço provisório do atentado terrorista perpetrado no complexo Crocus City Hall é atualmente de 40 mortos e mais de cem feridos", indicaram as forças de segurança (FSB), citadas pelas agências de notícias russas.

O Ministério das Relações Exteriores atribuiu a "um atentado terrorista sangrento" a tragédia, que ocorreu em um auditório de Krasnogorsk, um subúrbio no noroeste da capital russa.

"Toda a comunidade internacional deve condenar este crime hediondo!", afirmou Maria Zakharo-va, porta-voz da chancelaria russa, no Telegram. 

Diversos vídeos compartilhados nas redes sociais mostram homens armados encapuzados invadindo a casa de show e atirando contra civis. Outros registros mostram uma grande cortina de fumaça saindo do local. 

O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse que o tiroteio foi uma "terrível tragédia" e decidiu cancelar todos os eventos públicos do fim de semana.  "Hoje uma terrível tragédia aconteceu em Crocus City”, escreveu em seu canal Telegram.

Os Estados Unidos disseram não tere "nenhum indício" de que a Ucrânia esteja envolvida no ata-que.  "Não há nenhum indício neste momento de que a Ucrânia ou os ucranianos estivessem en-volvidos no ataque", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, aos repór-teres. "Eu desaconselharia o estabelecimento de um vínculo com a Ucrânia nesta fase inicial", acrescentou.

Segundo um repórter da agência Ria Novosti, pessoas em uniformes táticos invadiram a casa de shows e abriram fogo antes de lançar "uma granada ou uma bomba incendiária, provocando um incêndio".

"As pessoas que estavam na sala se jogaram no chão para se proteger dos disparos por 15 ou 20 minutos" e muitos conseguiram "sair rastejando", disse.

Os serviços de resgate, citados pela agência Interfax, relataram um "grupo de duas a cinco pessoas não identificadas, com uniformes de combate e armas automáticas", que "abriram fogo contra os agentes de segurança na entrada da casa de shows" e antes de "começar a disparar contra o público".

Segundo o Ministério de Situações de Emergência, os bombeiros conseguiram evacuar uma centena de pessoas que estavam no porão do local.

Também há operações em curso para "salvar pessoas que estão no telhado do prédio", detalhou.

Incêndio

A agência de notícias TASS indicou que cerca de um terço do prédio está em chamas. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram grandes colunas de fumaça preta saindo do edifício.

As forças de segurança foram ao local, informaram as agências russas. O ataque ocorreu durante um show da banda de rock russa Piknik, cujos membros foram evacuados, disse a TASS.

As redes de notícias Baza e Mash, próximas às forças de segurança no Telegram, publicaram vídeos nos quais se veem pelo menos dois homens armados avançando no saguão do complexo. Em outras sequências, há corpos e grupos de pessoas correndo para a saída.

Outras imagens mostram espectadores se escondendo atrás das poltronas ou evacuando a sala.

A Ucrânia garantiu que não tem "nada a ver" com o ataque.

Nos últimos dias, a Rússia tem sido alvo de ataques de combatentes russos antigovernamentais e de bombardeios vindos da Ucrânia, confrontada desde 2022 a uma invasão militar russa.

A Rússia já foi alvo de numerosos ataques cometidos por grupos islamistas e de ataques a tiros sem motivação política ou atribuídos a pessoas desequilibradas.

Em 2002, um grupo de combatentes chechenos fez 912 pessoas reféns no teatro moscovita de Dubrovka para pedir a retirada das tropas russas da Chechênia.

A tomada de reféns resultou em uma intervenção das forças especiais e na morte de 130 pessoas, quase todas asfixiadas pelo gás usado pelos militares.

https://www.opovo.com.br/noticias/mundo/2024/03/22/tiros-sao-registrados-em-sala-de-concertos-em-moscou-imprensa-russa.html