Por O Globo

Entrada da COP27, em Sharm el-Sheikh Ahmad Gharabli / AFP

Aeronave pousou no começo da noite, pelo horário brasileiro, e sinalizações que serão dadas pelo presidente eleito são aguardadas por governos e sociedade civil

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou na noite desta segunda-feira ao aeroporto de Sharm el-Sheikh, no Egito, onde participará da COP27, em meio a expectativas sobre sinalizações climáticas e ambientais do novo governo e sobre o provável anúncio de nomes que comandarão o tema a partir de janeiro.

Segundo o site Flightradar, o Gulfstream G600 decolou de São Paulo na manhã desta segunda-feira e pousou em Sharm el-Sheikh por volta da meia noite pelo horário local, 19h pelo horário de Brasília. A bordo, de acordo com o vice-presidente eleito e coordenador da transição de governo, Geraldo Alckmin, estavam governadores e outros políticos.

A partir de terça-feira, Lula terá uma intensa agenda no evento, com encontros previstos com o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, além de representantes dos governos da Alemanha e China — também está prevista uma reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres, algo que vem sendo negociado por interlocutores dos dois lados.

Fontes disseram ao GLOBO que o presidente eleito deve fazer suas reuniões bilaterais fora do espaço oficial da COP.

Antes da viagem, a equipe de transição recebeu dezenas de pedidos de encontros, incluindo com representantes do Reino Unido, mas a incompatibilidade de agendas impediu essas reuniões.

Há a expectativa ainda de que Lula proponha a realização da COP30, em 2025, no Brasil — a COP25, em 2019, deveria ter acontecido no país, mas a candidatura foi retirada pelo presidente Michel Temer, alegando "restrições fiscais e orçamentárias". A decisão foi duramente criticada por ambientalistas e por ONGs ligadas à causa climática, mas apoiada pelo então presidente eleito, Jair Bolsonaro (PL). Com a candidatura, Lula pretende dar mais um sinal de mudança de rumo em relação às atuais políticas ambientais brasileiras.

Também há a expectativa de que Lula anuncie o novo ministro o nome do futuro ministro ou futura ministra do Meio Ambiente, além de uma autoridade especial para lidar com a questão climática, um posto que foi apelidado pela equipe de transição como "Kerry brasileiro". No entanto, nos últimos dias, a possibilidade desses anúncios se enfraqueceu, segundo o entorno do presidente eleito.