Rússia anuncia tomada de Melitopol, enquanto combate se acirra em Kiev
Dois aviões russos de transporte pesado foram abatidos perto da capital,
Prédio atingido por míssel em Kiev, na Ucrânia Foto: GLEB GARANICH / REUTERS
O Globo e agências internacionais
Dois aviões russos de transporte pesado foram abatidos perto da capital, cada um com capacidade para até 125 paraquedistas, informaram autoridades americanas
KEV — No terceiro dia da invasão militar da Rússsia na Ucrânia, as forças russas tomaram cidade do Sudeste de Melitopol, informou a agência de notícias russa Interfax. Testemunhas na cidade confirmaram a entrada das tropas de Moscou, e uma bandeira da Rússia foi estendida no prédio do governo.
As autoridades ucranianas ainda não confirmaram a informação. Melitopol tem cerca de 150 mil habitantes, e é a maior cidade a ser totalmente controlada esde a invasão. Kherson, no Sul, foi ocupada na véspera, mas forças ucranianas revidaram ao longo do sábado. A maioria dos avanços russos se concentra no Sul. Cidades no no Nordeste, como Sumy e Polltava, registraram confrontos ao longo deste sábado.
Em uma mensagem de propaganda, o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse que "unidades russas estavam em marcha e entraram em Melitopol, sem encontrar resistência", acrescentando que a população "recebeu as tropas com bandeiras vermelhas". A informação não foi confirmada.
Ataques em Kiev
Na capital Kiev, os combates se intensificaram, mas o Centro permanece sob controle dos ucranianos. Explosões foram ouvidas durante toda a noite e um prédio residencial perto do aeroporto de Zhulyany foi atingido por um míssil. Ainda não há informações sobre vítimas, mas moradores foram retirados do edifício enquanto bombeiros tentavam apagar as chamas no local.
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Segundo a Reuters, outro prójetil atingiu uma área perto do aeroporto, danificando uma base militar. Uma testemunha também confirmou que tiros foram registrados perto de prédios governamentais no centro da cidade no amanhecer.
Forças russas tentaram controlar a usina hidrelétrica de Kiev, mas há relatos divergentes sobre quem controla a instalação.
Autoridades americanas informam que dois aviões russos de transporte militar Ilyushin Il-76 foram derrubados. O primeiro perto de Bila Tserva, a 85 quilômetross ao sul de Kiev. O segundo foi abatido perto de Vasylkiv, a 40 quilômetros ao sul de Kiev. Cada uma destas aeronaves pode transportar até 125 paraquedistas, e ainda não há informações sobre vítimas nem sobreviventes. A Rússia não se manifestou sobre os episódios.
Em meio a destruição e a possível confirmação de civis feridos, o ministério da Defesa da Rússia disse em comunicado que lançou ataques com mísseis de cruzeiro durante a noite contra alvos na Ucrânia, mas alegou "visar exclusivamente a infraestrutura militar".
No fim da noite de sexta-feira no Brasil, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que o Exército russo preparava uma ofensiva final para tomar Kiev durante a madrugada, fazendo o apelo: "Não podemos perder a capital".
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Segundo vários jornais americanos, o governo americano também ofereceu ajuda para retirar Zelensky de Kiev, mas por enquanto ele rejeitou a oferta. De acordo com uma autoridade americana citada pela Associated Press, após receber uma oferta americana para deixar a capital e possivelmente fugir para outro país, Zelensky respondeu:
— A luta é aqui. Eu preciso de munição, não de uma carona.
Em um vídeo no Twitter, na manhã de sábado, Zelensky tentou se mostrar confiante. Aparecendo em frente à residência presidencial, em Kiev, ele disse: “Há muitas notícias falsas de que estou pedindo ao Exército que baixe as armas e se retire. É assim: estou aqui. Não estamos baixando nenhuma arma. Protegeremos nosso país, porque nossas armas são nossa verdade. A verdade é que esta é a nossa terra, o nosso país, os nossos filhos, e vamos protegê-los a todos. É isso. É isso que eu queria te dizer. Glória à Ucrânia”, postou.
Na madrugada deste sábado, houve vários relatos de confrontos no Leste, Oeste e Sul da capital. Vídeos de testemunhas mostram explosões no Noroeste de Kiev.
US$ 350 milhões em ajuda militar
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruiu o Departamento de Estado a liberar US$ 350 milhões em ajuda militar à Ucrânia. Em um memorando ao secretário de Estado, Antony Blinken, Biden ordenou que o valor fosse alocado através da Lei de Assistência Estrangeira e designado para a defesa da Ucrânia.
Vítimas da guerra
Pelo menos 198 ucranianos, incluindo três crianças, foram mortos como resultado da invasão russa, informou o chefe do Ministério da Saúde ucraniano ouvido pela agência local Interfax. Segundo ele, 1.115 pessoas ficaram feridas, incluindo 33 crianças. Não ficou claro se ele estava se referindo apenas a vítimas civis.
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