"Achei que abuso sexual era normal", diz jovem que foi estuprada pelo pai pela primeira vez aos 5 anos

"Ele abusou de mim por mais anos do que foi sentenciado. Isso não é justo", lamentou Jessica

Jessica tinha 5 anos quando começou a ser abusada sexualmente pelo pai (Foto: Reprodução/Kidspot)

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Apenas aos 11 anos de idade Jessica entendeu que aquilo que seu pai estava fazendo era errado. Já adulta, ela conseguiu fazê-lo admitir em uma conversa por telefone e, em 2021, o pai foi preso, condenado a seis anos de prisão. "Ele abusou de mim por mais anos do que foi sentenciado. Isso não é justo", lamentou Jessica

"O que estava passando pela sua cabeça quando você fez essas coisas comigo?". Essa foi a pergunta que Jessica fez ao seu pai, Peter, em uma conversa por telefone, anos depois de ele tê-la abusado sexualmente. Incrivelmente, ele admitiu que havia pensado muito sobre o que o fazia querer agredir sua própria filha. “Você era inocente nisso”, respondeu Peter, segundo o programa de TV australiano A Current Affair. “Você deveria ser meu pai”, Jessica lamentou.

Peter começou a agredir sexualmente a filha quando ela tinha apenas 5 anos. Segundo Jessica, os abusos aconteciam durante as aulas semanais de caratê do irmão e, também, quando o resto da família estava dormindo. No início, ela disse que não percebeu que aquilo que seu pai estava fazendo era errado, explicando que acreditava que era uma coisa “normal” que acontecia “entre pais e filhos”. Foi só quando Jessica teve aula de educação sexual na escola, aos 11 anos, que finalmente "juntou as peças". “Foi como um momento de epifania. Eu só tive que sentar lá, em puro choque, juntando as peças do que aconteceu nos últimos anos”, recordou.

Depois disso, Jessica começou a enfrentar o pai e apenas dizia “não”. Ela também contou para sua mãe sobre o abuso, mas ela não acreditou. A mãe ficou ao lado do marido, que negou ter tocado na filha. Demorou dez anos para que a verdade finalmente fosse revelada, após Peter solicitar um visto para se mudar para a Tailândia. “Eu fiquei tipo: 'Você pode comprar crianças ali, essas crianças não têm nenhum direito', e eu pensei que, de jeito nenhum, eu ficaria aqui sentada, deixando ele fazer isso com outra criança”, explicou Jessica.

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