Novos atentados abalam bairro pró-Assad em Damasco nesta quarta
Segundo TV estatal, ataque da oposição matou três e feriu sete.
Do G1, com agências internacionais
Nesta quarta-feira (7), várias explosões de bombas abalaram uma área montanhosa de Damasco habitada por sírios da vertente muçulmana alauíta, à qual pertence o presidente da Síria, Bashar al Assad, numa nova escalada de ataques sectários em um conflito que aprofundou a divisão religiosa no Oriente Médio.
Segundo informações da agência Reuters, as explosões, provocadas por tiros de morteiro, seriam contra o palácio presidencial de Assad, mas os oposicionistas erraram o alvo e acabaram por atingir um bairro residencial vizinho de Mezze 86.
A TV estatal síria informou que o ataque foi feito pela oposição do governo de Assad e que, pelo menos, três morreram e sete ficaram feridos.
Os atentados ocorreram um dia depois de ataques letais em bairros segregados da capital, agravando a divisão do país entre os alauítas - que governam o país desde os anos 1960 - e os sunitas, líderes da revolta de 19 meses contra o regime da família Assad. A vertente alauíta é uma ramificação do xiismo e tem o apoio do Irã.
A fumaça era visível no enclave alauíta, conhecido como Mezze 86 e situado perto do palácio presidencial. Vários moradores de Damasco disseram, por telefone, que parecia tratar-se de morteiros de pesado calibre.
"As ambulâncias estão indo para a área e a shabbiha (milícia pró-Assad) está disparando para o ar com fuzis automáticos", afirmou uma dona de casa que não quis identificar-se.
.Na terça-feira, um carro-bomba explodiu perto de uma mesquita em Al-Qadam, um bairro sunita da classe trabalhadora, na capital, matando e ferindo dezenas de pessoas, segundo ativistas da oposição.
A área de Al-Qadam, de onde operam os rebeldes, tem sido alvo de pesada barragem de artilharia do Exército sírio nas últimas semanas. A aviação síria também vem bombardeando a região.
Barragens de artilharia e bombardeios aéreos por parte dos militares sírios arruinaram distritos inteiros de Damasco, bem como cidades e vilas em várias partes do país.
Entretanto, apesar de seu poder de fogo, o regime sírio não parece estar prestes a esmagar os rebeldes, que detém armamento leve e até o momento mostraram não ser capazes de destituir o líder sírio.
O levante contra o autocrático regime de Assad e seu falecido pai, no poder há 42 anos, já causou mais de 32 mil mortos e deixou muitas partes da Síria em ruínas. O conflito colocou Estados Unidos e Rússia em polos antagônicos e divide as potências regionais do Oriente Médio, ampliando a distância entre os muçulmanos xiitas e os sunitas.
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