COP26: novo rascunho do acordo final atenua referência a combustíveis fósseis
A versão final ainda está sendo negociada por representantes dos quase 200 países que participam da conferência
Por g1
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fala na Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas (COP26) em Glasgow, na Escócia, em 11 de novembro de 2021 — Foto: Dylan Martinez/Reuters
Texto pressiona países a serem mais ambiciosos para combater o aquecimento global e mantém menção inédita a combustíveis fósseis, mas usa linguagem mais fraca que a primeira versão.
Um segundo rascunho do acordo final da COP26, a conferência do clima das Nações Unidas que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia, foi divulgado na manhã desta sexta-feira (12) — último dia do evento.
A versão final ainda está sendo negociada por representantes dos quase 200 países que participam da conferência, e o acordo tem caminhado na linha tênue entre as demandas das nações ricas e daquelas em desenvolvimento.
O texto mantém a pressão para que países sejam mais ambiciosos em seus planos para combater o aquecimento global e estabelece uma divisão entre os países, dizendo que a atualização das promessas deve levar em conta "diferentes circunstâncias nacionais".
O rascunho também mantém a menção inédita a combustíveis fósseis, mas usa uma linguagem mais fraca do que a primeira versão do acordo para cobrar o fim de subsídios à essa fonte de energia.
A mudança fica expressa na inclusão da palavra "ineficientes" – termo que não constava do rascunho anterior, divulgado na quarta-feira (10): "a supressão progressiva da energia produzida com carvão e dos subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis".
Segundo a rede de televisão CNN, as menções ao carvão e aos combustíveis fósseis foram mantidas apesar da campanha "feroz" dos principais produtores de carvão, petróleo e gás para que fossem totalmente removidas.
Os rascunhos
A COP26 termina nesta sexta, após duas semanas de evento, mas as negociações sobre o acordo final devem prosseguir pelo fim de semana devido às divergências registradas até o momento, segundo a agência de notícias Reuters.
De forma geral, o primeiro rascunho já trazia avanços pontuais, mas não apresentava detalhes sobre como atingir as metas necessárias para que o aumento da temperatura do planeta seja menor do que 2ºC até 2100 – de preferência não ultrapassando 1,5ºC, como foi definido no Acordo de Paris.
Da era pré-industrial até o momento, a temperatura da Terra já subiu 1,1ºC.
O texto também pede aos países que apresentem promessas melhoradas no próximo ano para combater as mudanças climáticas, mas não confirma se isso se tornará um requisito anual. É possível que essa decisão fique para a COP27, que será realizada daqui a um ano no Egito.
https://g1.globo.com/natureza/cop-26/noticia/2021/11/12/cop-26-novo-rascunho-do-acordo-final.ghtml
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