Venezuela decreta confinamento na Semana Santa devido à expansão da variante brasileira

Na sexta-feira, o governo venezuelano alertou para a chegada de uma segunda onda de Covid-19 mais contagiosa

Médicos atendem paciente com Covid-19 em UTI do Centro Médico Trinidad, em Caracas, na Venezuela, na sexta-feira (19) — Foto: Federico Parra/AFP

País terá 14 dias seguidos de confinamento a partir de segunda-feira (22), em vez de modelo atual de uma semana de confinamento seguida por uma de relaxamento. Presidente Nicolás Maduro expressou preocupação com disparada de casos de variante brasileira.

Por France Presse

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou neste domingo (21) a prorrogação do confinamento durante a Semana Santa para frear o avanço da variante brasileira do coronavírus, que já disparou os casos no país caribenho.

"Anuncio que a Semana Santa este ano será em uma quarentena radical novamente", afirmou Maduro durante um discurso transmitido pela televisão estatal em que decretou 14 dias seguidos de confinamento a partir desta segunda-feira.

Em meio a um esquema que consiste em sete dias de relaxamento seguidos de sete de "quarentena radical", Maduro, que se disse preocupado com a variante brasileira e com um "relaxamento" dos cidadãos, pediu um reforço do isolamento.

Embora a variante brasileira seja um "fator fundamental" no aumento de casos confirmados, o "fator multiplicador" é o "relaxamento das medidas de prevenção", apontou o presidente, que questionou a proliferação de festas.

Na sexta-feira, o governo venezuelano alertou para a chegada de uma segunda onda de Covid-19 mais contagiosa do que a registrada em 2020, em consequência da variante que surgiu no Brasil.

Sem detalhar o percentual, Maduro ressaltou que, por conta disso, "a ocupação de leitos hospitalares está aumentando" na Venezuela.

Até sábado, o governo confirmou 150.306 infecções e 1.483 mortes no país de 30 milhões de habitantes, mas os números são questionados pela oposição e por organizações não governamentais.

A Venezuela inicou sua campanha de vacinação em fevereiro com a vacina russa Sputnik V, tendo como prioridade profissionais de saúde e autoridades. Em março, também passou a aplicar a injeção da farmacêutica chinesa Sinopharm.

Com a oposição, liderada por Juan Guaidó, foi acordada a liberação de US$ 30 milhões para acessar vacinas pelo mecanismo Covax da OMS.

Maduro informou ainda que na primeira semana de abril chegarão 60 mil vacinas desenvolvidas em Cuba para ensaios clínicos.

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