Navio com mais de 1 milhão de barris de petróleo corre risco de afundar na Venezuela

Em nota, a Marinha do Brasil afirmou que o petroleiro está a 1,3 mil quilômetros das águas brasileiras

A estatal venezuelana de petróleo PDVSA planeja tirar parte do petróleo a bordo do Nabaruma e passar para outra embarcação — Foto: Divulgação/Fishermen and Friends of the Sea - FFOS

Grupos ambientalistas demonstram preocupação com possível vazamento. Marinha do Brasil diz que a embarcação Nabarima está a cerca de 1,3 mil km das águas brasileiras.

Por G1

Um navio da estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA, corre o risco de afundar com mais de 1 milhão de barris de óleo cru no Golfo de Paria, que separa a Venezuela de Trinidad e Tobago, e causar um desastre ambiental.

Fotos de sexta-feira (16) mostram o petroleiro Nabarima, que é operado por uma joint venture entre PDVSA e a italiana Eni, inclinado e emborcado em alto mar.

Segundo a agência de notícias Reuters, a PDVSA planeja tirar parte do 1,3 milhão de barris de petróleo a bordo do Nabarima e passar para outra embarcação, que foi enviada ao local.

Em nota, a Marinha do Brasil afirmou que o petroleiro está a 1,3 mil quilômetros das águas brasileiras e a situação é acompanhada por um grupo que inclui o Ibama e a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Segundo a Marinha, a corrente marítima do local segue em direção ao Mar do Caribe, mas o grupo vai continuar monitorando "o comportamento das correntes marítimas e condições meteorológicas da região, além dos fatores de segurança da navegação, de forma a antecipar qualquer ação necessária".

Riscos ambientais

Grupos ambientalistas demonstraram preocupação com a situação, e autoridades da vizinha Trinidad e Tobago disseram que planejam inspecionar o navio.

Gary Aboud, secretário-executivo da FFOS (pescadores e amigos do mar, em tradução livre), divulgou as imagens do Nabarima em uma rede social e afirmou que, "com base nas fotos, parece que as correntes das âncoras estão esticadas e sob extrema pressão".

Aboud afirmou que, se as correntes da âncora quebrarem ou a âncora mudar, o navio vai virar e derramar cerca de 1,4 milhão de barris no ecossistema. Ele diz ser necessária a instalação de um equipamento de contenção de derramamento ao redor da embarcação, "em preparação para o pior".

Ele disse ter escrito repetidamente para os membros do governo venezuelano e cobrou um posicionamento dos embaixadores dos EUA e da União Europeia no país, mas disse ter sido ignorado. "Todos os nossos apelos foram desconsiderados como se as organizações de base fossem invisíveis e como se a poluição de nossa bela região do Caribe não importasse", afirmou Aboud.

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/21/navio-venezuelano-com-mais-de-1-milhao-de-barris-de-petroleo-corre-risco-de-afundar.ghtml