Líderes iranianos prometem vingança após morte de general da Guarda Revolucionária

Aiatolá Khamenei promete vingança após ataque dos EUA

Líderes iranianos prometem vingança após morte de general da Guarda Revolucionária Bombardeio americano matou Qassem Soleimani, chefe de uma unidade da Guarda Revolucionária iraniana, em Bagdá. Aiatolá Ali Khamenei e o presidente Hassan Rouhani falaram em retaliação. Por G1 Aiatolá Khamenei promete vingança após ataque dos EUA [caption id="attachment_158329" align="alignleft" width="300"] Foto mostra veículo em chamas após ataque contra o Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque — Foto: AI do Primeiro Ministro do Iraque via AP[/caption] O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e o presidente iraniano Hassan Rouhani falaram em vingança nesta sexta-feira (3) por causa da morte de Qassem Soleimani, chefe de uma unidade da Guarda Revolucionária iraniana. O general foi vítima de um ataque aéreo americano no Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, na quinta (2). Qassem Soleimani: quem era o general iraniano e qual foi sua importância no Oriente Médio O Pentágono informou que o bombardeio tinha a missão de matar o general iraniano e foi uma ordem do presidente Donald Trump. Ataque aéreo dos EUA em Bagdá mata chefe da Guarda Revolucionária Iraniana "O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos estes anos (...) Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou o aiatolá Khamenei em sua conta no Twitter em farsi. Em comunicado divulgado pela TV, Ali Khamenei declarou que "todos os inimigos devem saber que a jihad de resistência continuará com uma motivação dobrada, e uma vitória definitiva aguarda os combatentes na guerra santa”. O Irã geralmente se refere a países e forças regionais opostos a Israel e aos EUA como uma frente de "resistência". Qassem Soleimani, de 62 anos, era general da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, e apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país. Ele era muito próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e sobreviveu a diversas tentativas de assassinato nas últimas décadas. Sob liderança de Soleimani, o Irã reforçou o apoio ao Hezbollah (no Líbano) e outros grupos militantes pró-iranianos, expandiu a presença militar do Irã no Iraque e na Síria e organizou a ofensiva da Síria contra grupos rebeldes durante a guerra civil que assola o país. 'Vingança' O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que agora o país estará mais determinado a resistir aos EUA e também prevê vingança. "O martírio de Soleimani tornará o Irã mais decisivo para resistir ao expansionismo americano e defender nossos valores islâmicos. Sem dúvida, o Irã e outros países que buscam a liberdade na região se vingarão", afirmou Rouhani. O ex-comandante da Guarda Revolucionária do Irã Mohsen Rezaei prometeu "vingança vigorosa contra a América" pelo assassinato de Qassem Soleimani. "Suleimani se juntou a seus irmãos martirizados, mas nos vingaremos vigorosamente dos EUA", disse Rezaei, que agora é secretário de um órgão estatal. A morte do general iraniano é uma "escalada extremamente perigosa e imprudente", advertiu o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif. O ataque O bombardeio americano teve como alvo um comboio de veículos dentro do perímetro no Aeroporto Internacional de Bagdá e matou pelo menos sete pessoas, de acordo com fontes das forças de segurança iraquianas. Entre as vítimas, está Abu Mahdi al-Muhandis, chefe das Forças de Mobilização Popular do Iraque, milícia apoiada pelo Irã. Os dois serão enterrados no sábado. Iraque e Irã decretaram três dias de luto. A embaixada dos Estados Unidos em Bagdá recomendou a seus cidadãos que deixem o Iraque "imediatamente". Veículo pega fogo após ataque no Aeroporto Internacional de Bagdá, no Irã, na madrugada desta sexta-feira (3) — Foto: Assessoria de Imprensa do Primeiro Ministro do Iraque via AP Alta no petróleo A notícia do ataque provocou uma alta dos preços do petróleo na Ásia. O petróleo iraniano está submetido a sanções americanas desde que o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015. Acrescente influência de Teerã no Iraque, o segundo maior produtor da Opep, gera o temor entre os especialistas de um isolamento diplomático e de sanções políticas e econômicas.