Rebeldes da Síria matam 40 soldados na fronteira com Turquia, diz oposição
Exército da Turquia voltou a disparar contra território sírio.
Da France Presse
Quarenta soldados e nove rebeldes morreram neste sábado em combates na cidade de Khirbet al-Joz, na fronteira com a Turquia, onde a rebelião expulsou as forças do regime, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Os combates deixaram 40 mortos entre os membros das forças regulares, incluindo cinco oficiais, e nove rebeldes", destacou o OSDH.
O boletim precedente informava 25 soldados e três rebeldes mortos "nos combates em Khirbet al-Joz (...) onde a rebelião assumiu o controle da região".
Segundo Rami Abdel Rahman, que dirige esta ONG com sede no Reino Unido, os rebeldes tomaram o controle de Khirbet al-Joz, perto de Jisr al-Choghour, a 2 km da fronteira com a Turquia.
Segundo ele, os combates foram travados nas imediações desta localidade totalmente deserta, após a fuga de 4 mil a 6 mil moradores, que se refugiaram na Turquia.
O Exército da Turquia respondeu novamente neste sábado de manhã a um novo disparo de artilharia proveniente da Síria, que havia atingido o território da Turquia às 7h (1h de Brasília). O impacto aconteceu em um terreno baldio situado a 700 metros da aldeia de Güveççi, de acordo com um comunicado do governo de Hatay.
O Exército turco respondeu com quatro salvas de disparos de morteiro, diz o texto, indicando que o disparo efetuado por uma bateria das forças do regime tinha como alvos os rebeldes sírios mobilizados no limite da fronteira entre Turquia e Síria.
Assad
Em um momento em que os episódios de violência assola o país, onde mais de 31 mil pessoas, em sua maioria civis, morreram nos últimos 19 meses, o presidente Bashar al Assad realizou uma aparição em público pouco comum na manhã deste sábado em Damasco, segundo os meios de comunicação oficiais sírios.
A televisão mostrou Assad cumprimentando funcionários de alto escalão militares e civis, e beijando crianças diante do monumento aos mortos na guerra contra Israel, em outubro de 1973.
Ainda na capital, as forças de segurança estavam mobilizadas em grande número no bairro de Muhajirin (norte), onde realizavam buscas nas casas, segundo o OSDH.
Em outros locais do país, o Exército bombardeou mais uma vez os redutos rebeldes, em particular em Aleppo e na província de Homs (centro), segundo o OSDH.
Na mesma cidade de Homs, a terceira maior da Síria, o bombardeio ao bairro rebelde de Khaldiyé prosseguiu e ocorreram confrontos quando o Exército tentou entrar em várias zonas em poder dos rebeldes.
Neste sábado, os episódios de violência no país deixaram 75 mortos, dos quais 38 soldados, 25 rebeldes e 12 civis, segundo o OSDH.
Os rebeldes ameaçaram matar dezenas de reféns iranianos sequestrados na Síria no início de agosto, se o Exército não se retirar da zona de Ghouta Oriental, e deram um ultimato que expira neste sábado.
O Irã, fiel aliado do regime sírio, exigiu neste sábado a libertação imediata dos reféns, informou a agência oficial Irna.
Os rebeldes dizem que os reféns são membros dos Guardiões da Revolução, tropa de elite do regime islâmico iraniano.
A Rússia, que também apoia o regime sírio, forneceu neste sábado 24 toneladas de medicamentos e de material médico à Síria, segundo a agência Sana.
Em Malta, a cúpula 5+5, que reuniu países árabes (Argélia, Líbia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia) e cinco países europeus, condenou em sua declaração final "os crimes odiosos cometidos pelas forças governamentais sírias e suas milícias e toda a violência, não importa de onde venha".
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