Após massacre, países ocidentais expulsam diplomatas sírios
Presidente francês anunciou reunião do grupo de 'Amigos da Síria' em julho.
G1, com agências internacionais
França, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália e Canadá anunciaram nesta terça-feira (29) a expulsão de diplomatas sírios nestes países, em resposta ao massacre de Hula, que deixou mais de 100 mortos na sexta-feira, e à escalada de violência no país em crise.
Outros países devem tomar medidas semelhantes, aumentando assim a pressão diplomática sobre o contestado regime do presidente Bashar al Assad, que desde março do ano passado reprime violentamente uma rebelião contra seu governo.
A Alemanha anunciou sua decisão afirmando ter sido tomada de forma coordenada com "EUA, França, Reino Unido e outros parceiros".
'Amigos da Síria' em Paris
O presidente da França, François Hollande, disse que a expulsão da embaixadora da Síria será notificada a ela até quarta feira. Ele anunciou ainda que o grupo de países "amigos da Síria" se reunirá em julho em Paris.
"Tive uma conversa ontem (segunda-feira) com David Cameron, o primeiro-ministro britânico. Laurent Fabius, ministro das Relações Exteriores, conversou com o secretário-geral das Nações Unidas e concordamos com uma série de medidas de pressão contra a Síria", disse Hollande.
O presidente francês anunciou que entre as decisões está "a expulsão da embaixadora da Síria na França".
Segundo os primeiros elementos de uma investigação da ONU, a maioria das 108 vítimas (incluindo 49 crianças) do massacre de Houla foram executadas.
Reino Unido
Já o Reino Unido anunciou a expulsão do encarregado de negócios sírio no país, segundo um porta-voz da chancelaria. O chanceler William Hague iria detalhar a decisão mais tarde.
Canadá
Já o Canadá anunciou a expulsão dos três diplomatas sírios que restavam em Ottawa, anunciou John Baird, ministro de Relações Exteriores.
Itália
A Itália também anunciou a expulsão do embaixador sírio no país. O embaixador, Khaddour Hasan, convocado pelas autoridades italianas, foi declarado "persona non grata", indicou em um comunicado o ministério italiano das Relações Exteriores.
Espanha
A Espanha expulsou o embaixador Hussam Edin Aala, assim como outros quatro diplomatas da delegação, em protesto pela "inaceitável repressão exercida pelo regime sírio sobre sua população", anunciou o ministério das Relações Exteriores.
Outros países
Fontes diplomáticas em vários países disseram à Reuters que outros governos tomariam decisões similares - um processo que poderia marcar uma nova fase do esforço internacional para acabar com a repressão de Assad ao levante.
O catalisador imediato para as expulsões parece ser o massacre de mais de 100 civis na cidade síria de Hula, na sexta-feira, incluindo mulheres e crianças.
Testemunhas e sobreviventes disseram a investigadores da ONU que a maioria das vítimas morreu em duas ondas de assassinatos sumários realizados por milicianos "shabbiha" (pró-governo).
A comunidade internacional está cada vez mais frustrada com o fracasso de um plano de paz sustentado pela ONU, capitaneado pelo diplomata Kofi Annan, para acabar com o derramamento de sangue no país.
Confronto
A Síria está em crise política desde março do ano passado, com grupos rebeldes tentando derrubar o contestado presidente Assad e sendo fortemente reprimidos pelas forças oficiais, castigando a população civil. Pelo menos 12 mil ou 13 mil pessoas, em sua maioria civis, morreram vítimas dos confrontos generalizados pelo país, segundo as estimativas da oposição.
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