História Mãe do Bom Conselho de Genazzano
Bonita história começou no ano de 1467
A Mãe do Bom Conselho tem sua história remontada à Igreja Primitiva.
Não se sabe ao certo sua origem, mas sabemos que é tão antiga essa devoção que ela é invocada na Ladainha Lauretana.
A Mãe do Bom Conselho de Genazzano
A história da Mãe do Bom Conselho de Genazzano teve início no dia 25 de abril de 1467, festa de São Marcos. Vinda de Scútari, Albânia, o afresco da Santíssima Virgem, tão fina como a casca de um ovo, veio do alto, de uma nuvem luminosa, percorrendo grandes distâncias,até chegar à uma Igreja em ruínas na cidade de Genazzano, Itália.
O povo de Genazzano celebrava como o costume a festa de seu padroeiro. Havia próximo dali uma antiga Igreja em ruínas que era dedicada à Nossa Senhora do Bom Conselho.
As paredes estavam sendo restauradas graças a fé e dedicação de uma senhora viúva. Ao fim da festa, uma nuvem luminosa passava pela cidade, abaixando-se aos poucos.
O povo admirado e em silêncio ouviu acordes de uma melodia celestial que vinha de dentro da nuvem, que ia se abaixando aos poucos, descendo próximo a uma das paredes da pequena igreja que estava sendo restaurada.
Todos os sinos começaram a repicar sem que ninguém os tocassem. A nuvem foi desaparecendo aos poucos, revelando um belíssimo afresco da Santíssima Virgem com o menino, que permanecia no ar.
Maravilhado, o povo começou a gritar:
'Milagre, Milagre! Viva Maria! Viva Nossa Senhora do Bom Conselho'
Vinda da Albânia
Logo todos na vizinhança ficaram sabendo do ocorrido e muitos foram conferir o fato.
No meio da multidão dois estrangeiros se manifestaram com imensa alegria dizendo:
É a Virgem de Scútari, é a nossa Santa Maria de Scútari!
Rodeados pelo povo, os dois estrangeiros contaram a história daquele maravilhoso mistério.
Giorgio e De Sclavis, os dois albaneses, contaram que aquela Imagem era venerada em sua terra desde o século XIII, sobre o título de Santa Maria de Scútari, cidade que fica localizada ao norte da Albânia.
Havia ali um Santuário que recebia muitos peregrinos, entre eles, o governante Jorge Castriota, conhecido como Príncipe Scanderbeg.
Ele lutou durante Décadas defendendo a fé cristã e sua nação contra os turcos.
Entre os intervalos de uma batalha e outra, Scanderbeg e os soldados se ajoelhavam perante a imagem da Virgem de Scútari, consagrando a ela suas vidas e pedindo sua intercessão.
Recebiam muitas graças e vitórias.
Após mais de duas décadas de lutas, Scanderbeg, sentindo a morte próxima, pediu a dois soldados, Georgio e De Sclavis, para guardarem a Padroeira e a defender das profanações de seus inimigos.
Sobre as águas
Após a morte de Scanderbeg, a Albânia foi invadida pelo exército turco, apenas Scútari não havia sido tomada, mas era só questão de tempo.
Orando firmemente e pedindo à Padroeira um sinal para saber como agir naquele momento, Giorgio e De Sclavis tiveram uma aparição de Maria em sonho.
Ela dizia para que eles a acompanhasse em uma longa viagem. Passados alguns dias, enquanto oravam diante do afresco, os dois presenciaram algo surpreendente: o afresco se desprendeu da parede e começou a flutuar.
Lembraram-se do sonho e seguiram apressadamente o afresco, que se envolveu em uma nuvem luminosa, seguindo em direção ao mar Adriático. Cheios de confiança, na Santíssima Virgem, os dois pisaram na superfície líquida que, para seu espanto, solidificava sob seus pés.
Seguiram o milagroso afresco por dezenas de quilômetros, sem sentir fome, sede ou cansaço.
Reencontro
Depois de atravessarem o mar, Giorgio e De Sclavis se distraíram com as paisagens e perderam a imagem de vista.
Passaram dias desolados, procurando pelo afresco, até que, próximos a Roma, ouviram falar do ocorrido em Genazzano.
Se dirigiram apressadamente para lá e reencontram-se com a Padroeira.
O povo reconheceu o erro que haviam cometido contra a piedosa viúva e repararam a injustiça cometida.
Petruccia, a viúva
Petruccia de Nocera tinha 80 anos e era viúva desde 1436. Como não tinha filhos, se dedicou inteiramente a servir a Deus e a Nossa Senhora.
Em uma de suas fervorosas orações, Petruccia recebeu a seguinte revelação:
'Maria Santíssima, em sua imagem de Scútari, deseja sair da Albânia'
Petruccia não entendeu o que aquela revelação significava. Então ela recebeu uma aparição da Mãe se Deus, que ordenou a Petruccia para erguer o templo onde a imagem de Scútari seria acolhida.
Com uma fé inabalável, Petruccia iniciou a reconstrução da igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho.
Vendeu todos os seus bens, porém foi o suficiente apenas para levantar uma parede com pouco mais de um metro de altura. Pediu ajuda ao povo de Genazzano, mas todos negavam e ainda a chamava de louca.
Confiando na promessa da Santíssima Virgem, Petruccia recorreu à oração. Até que no dia 25 de abril de 1467, viu a promessa se cumprir quando a imagem de Scútari apareceu e o povo compreendeu a injustiça que cometeram contra a viúva.
Muitos milagres passaram a ocorrer desde então e a notícia chegou ao Vaticano.
O Papa Paulo II enviou dois prelados que constataram a vericidade da noticia e presenciaram curas, conversões e prodígios realizados através da imagem da Mãe do Bom Conselho.
O povo de Genazzano reparou a injustiça e ajudaram a erguer a bela Basílica-Santuário que abriga a imagem de Maria suspensa no ar, junto à parede construída por Petruccia, que faleceu poucos anos depois, cumprindo fielmente a missão recebida da Santíssima Virgem.
Devoção
Diversos Santos e Papas foram grandes devotos da Mãe do Bom Conselho de Genazzano.
Entre eles: São Pio X, Papa Leão XIII (que incluiu a invocação Mãe do Bom Conselho na Ladainha Lauretana), Pio XII, que consagrou seu pontificado a Ela, São João Paulo II, São Paulo da Cruz, Santo Afonso de Ligório, Dom Bosco, Santa Tereza de Calcutá.
Não se pode deixar de citar também um dos filhos amorosos que dedicou parte sua vida propagando a devoção à Mãe do Bom Conselho de Genazzano, o Beato Stefano Bellesini.
Era sacerdote agostiniano e pároco da Basílica-Santuário, onde distribuia estampas da imagem, azeite da lamparina acesa junto a imagem, e vários outros objetos que traziam recordação da Mãe do Bom Conselho.
Beato Stefano é lembrado até hoje em Genazzano como “o pai dos pobres e consolador dos aflitos”, pois trouxe confortos espirituais e materiais ao povo daquela cidade.
Seu corpo permance incorrupto e é venerado na Basílica-Santuário de Genazzano.
Foi beatificado no ano de 1904 pelo Papa São Pio X.
Devoção no Brasil
A devoção à Mãe do Bom Conselho de Genazzano vem se expandindo, divulgada principalmente pelos religiosos da Ordem de Santo Agostinho.
No Brasil, a devoção chegou no ano de 1785, trazida por Padre José de Campos Lara, que pertencia a Companhia de Jesus.
Vinda da Itália, a pintura era inicialmente conservada no colégio jesuíta de Itu, posteriormente sendo transferida para a capital paulista, no colégio de São Luís.
Nossa Senhora do Bom Conselho é celebrada no dia 26 de abril.
Pelo amigo católico Vicente Cunha
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