"A História da Paróquia de Santo Antônio em muito se confunde e mistura à de Barbalha, pois foi a partir da primitiva capelinha erguida em honra ao padroeiro que surgiu a cidade.

A devoção a Santo Antônio, um dos santos mais populares em todo o mundo, se difundiu pela região do Cariri cearense desde sua colonização. Há registros, no livro de tombo do Arquivo Nacional, da visita de um frade franciscano à região, no ano de 1710, em que é relatada a realização da trezena em louvor ao santo casamenteiro.

Para demonstrar sua grande afeição, o capitão Francisco Magalhães Barreto e Sá e sua esposa dona Maria Polucena de Abreu e Lima, fundadores de Barbalha, resolveram em 1778 construir uma capela em homenagem a Santo Antônio. A licença para a construção foi solicitada ao Visitador Manuel Antônio da Rocha – representante diocesano. A capela foi construída sobre uma colina que margeava o rio Salamanca, local onde hoje se encontra o altar da Igreja Matriz, no centro histórico de Barbalha. Por ordem do Bispo de Pernambuco, Sua Excelência reverendíssima Dom Frei Diogo de Jesus Jardim, a capela foi abençoada pelo 5° pároco de São José dos Cariris Novos (Missão Velha), Pe. André da Silva Brandão, em 23 de Dezembro de 1790.

Na data de 30 de Agosto de 1838, pela Lei Provincial n° 130, a capela de Santo Antônio de Barbalha é desmembrada de Missão Velha, passando a constituir-se paróquia ainda subordinada à Diocese de Pernambuco. O Santo Padre Papa Pio IX expediu em 1854 a Bula Pro animarum salute, criando a Diocese do Ceará à qual passou a fazer parte de 1860 até 1914, quando da criação da Diocese de Crato, pela expedição da bula papal Catholicae Ecclesiae pelo Santo Padre Papa Bento XV, à qual é subordinada até a atualidade, constituindo juntamente com a paróquia de São Vicente de Paulo e outras paróquias dos municípios de Juazeiro do Norte e Caririaçu, a forania II. Em suas diversas administrações paroquiais a Igreja Matriz sofreu várias intervenções de reforma e restauração em que vários elementos arquitetônicos foram acrescentados ao seu corpo, bem como o aumento de suas proporções para melhor comportar o crescente rebanho paroquial. Também foram construídos outros importantes templos religiosos na cidade e distritos. A imponente Igreja de Nossa Senhora do Rosário, inaugurada em 1921 pelo 1° Bispo do Crato, Sua Excelência Reverendíssima Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, foi construída pela iniciativa e colaboração das famílias barbalhenses e organizações religiosas, como a Sociedade de São Vicente de Paulo, que desde a mais remota época contribuem para as obras de caridade e evangelização da paróquia.

No ano de 1946, por convite do Centro de Melhoramentos de Barbalha, chega à paróquia a 1ª comitiva de padres da Sociedade do Divino Salvador – SDS, com o intuito de fundar e administrar um colégio, dada sua eficiência na educação de jovens em todo mundo. Por consentimento do 2° Bispo do Crato, Sua Excelência Reverendíssima Dom Francisco de Assis Pires, os padres salvatorianos assumiram a administração da Paróquia de Santo Antônio de Barbalha. Neste período, que durou 65 anos, a paróquia foi palco de memoráveis eventos de grande repercussão. A Festa de Santo Antônio tomou proporções regionais, constituindo-se em um grande fluxo de pessoas a participar da trezena e dos eventos sociais. O I Congresso Eucarístico Paroquial, realizado de 28 de outubro a 01 de novembro de 1950, contou com a ilustre participação dos Bispos Dom Antônio de Almeida Lustosa, SDB (Arcebispo de Fortaleza - CE), Dom Francisco de Assis Pires (Bispo do Crato - CE), Dom José Tupinambá da Frota (Bispo de Sobral - CE), Dom Aureliano de Matos (Bispo de Limoeiro do Norte - CE) e Dom Luís do Amaral Mousinho (Bispo de Cajazeiras – PB) além de diversos padres e diáconos, bem como de um grande contingente de fieis de diversas partes do nordeste do Brasil.

As obras pastorais em parceria com o Centro de Melhoramentos de Barbalha e o poder público municipal geraram grandes frutos como as casas de caridade, postos de saúde e escolas. Com a chegada das religiosas da Ordem de São Bento – OSB a Barbalha, no ano de 1953, a parceria firmada com a paróquia resulta no funcionamento dos colégios Santo Antônio e Nossa Senhora de Fátima, bem como na estruturação e inauguração do Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo, hoje referência regional em saúde para vários estados. Também o espólio imobiliário da paróquia foi avolumado dando as devidas condições de funcionamento e trabalho no âmbito administrativo e pastoral. Foram construídos o salão, a casa e a secretaria paroquiais, assim como o centro de pastoral.

Em 2011 a ordem salvatoriana encerra suas atividades na paróquia de Santo Antônio de Barbalha fechando um importante ciclo na vida desta comunidade que muito deve aos padres que contribuíram para o progresso e desenvolvimento da cidade.

Com o crescimento da população de Barbalha, várias comunidades foram surgindo na zona rural, em torno das capelinhas de seus padroeiros, as quais foram sendo incorporadas à paróquia. No ano de 2007, cria-se a Paróquia de São Vicente de Paulo, no bairro Alto da Alegria, desmembrada de Santo Antônio, que passou a ser constituída pelas capelas das seguintes localidades: Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Centro), Mãe Rainha (Alto do Rosário), Santa Terezinha (Cirolândia), Santo André (Bela Vista), Bom Jesus (Distrito de Caldas), Imaculada Conceição (Distrito de Arajara e Sítio Saco), São João Batista (Pelo Sinal, Carrapicho e Sítio Boa esperança), São Sebastião (Santa Cruz, Macaúba e Sítio Santa Rosa), N. S. de Lourdes (Sítio Cabeceiras), São José (Riacho do Meio e Sítio Farias), Santa Liduína (Sítio Luanda), Santo Expedito (Sítio Tabocas) Divino Espírito Santo (Mata dos Lima), N.S. de Fátima (Sítio Bela Vista), Senhora Santana (Sítio Rua Nova, Sítio Água Fria, Sítio Melo), Santa Marta (Betânia), N.S. da Saúde (Barro Vermelho), N.S. do Perpétuo Socorro (Sítio Silvério), N.S. Aparecida (Espinhaço), N.S. das Graças (Taquari).

Atualmente a Paróquia de Santo Antônio de Barbalha é administrada pelos padres da Diocese de Crato. Diversos movimentos e pastorais colaboram nos processos de evangelização, catequese e assistência promovidos pela paróquia, coordenados pelo pároco, sempre em comunhão com a Diocese e com a Santa sé apostólica.