1922 no Canadá Leonard Thompson torna-se o primeiro paciente a receber insulina para a diabetes
Na ocasião a imprensa noticiou a descoberta como a cura do diabetes.
Cabine histórica é o registro dos principais fatos históricos da humanidade que devem ser lembrados por toda a linha temporal e que cada ano serão atualizados, segue o que ocorreu em 23 de Janeiro:
Em 23 de Janeiro de 1922 em Toronto, Canadá, Leonard Thompson torna-se o primeiro paciente a receber uma injecção de insulina no tratamento para a diabetes.
A diabetes foi reconhecida como uma condição digna de tratamento durante mais de 2000 anos, mas a sua causa exacta foi um mistério até 1920. No início do século XX, o único tratamento para esta doença mortal era uma dieta baixa em hidratos de carbono e açúcar e elevada em açúcares e proteínas.
Em vez de morrer após o diagnóstico, a dieta permitia aos diabéticos viver durante mais um ano. No Verão de 1921 ocorreu um avanço importante na Universidade de Toronto, quando os Canadianos Frederick Banting e Charles Best conseguiram extrair com êxito de animais de laboratório a proteína do pâncreas que produzia os sintomas da diabetes, a insulina.
Estabeleceram, então, um programa de injecção de insulina que devolveu aos animais a sua condição natural. A experiência confirmou a teoria de que a causa da diabetes era a falta de insulina, que metaboliza os açúcares. Com a ajuda de outros cientistas, Banting e Best extraíram insulina do pâncreas de gado de matadouros e começaram o tratamento ao Leonard Thompson.
O adolescente melhorou de forma espectacular. Em 1923, a insulina já era um produto facilmente adquirível, salvando inumeráveis vidas em todo o mundo.
No Hospital Geral de Toronto – Canadá foi simplesmente o Local em que o cirurgião Banting e o estudante Best desenvolveram as pesquisas com animais que culminaram na descoberta (ou isolamento) da molécula de Insulina em 1922 e a sua primeira aplicação em um ser humano.
Vale a pena lembrar que, até aquele momento, pacientes diabéticos tipo 1 tinham sobrevida de poucos meses e, quando muito, alguns anos.
O cirurgião Banting morava em uma cidadezinha no Canadá chamada London e não era ligado ao meio acadêmico. Subitamente teve a idéia de submeter animais a um procedimento cirúrgico que seria capaz de destruir quase todo o pâncreas mas deixaria sobrar apenas as partes responsáveis pela produção de insulina (as ilhotas).
Banting pediu ajuda ao professor de Fisiologia da Universidade de Toronto chamado McLeod, que achou a idéia estranha, mas cedeu seu laboratório precário e alguns cães para os experimentos. Recomendou também um aluno chamado Best para lhe ajudar nos experimentos.
Felizmente em cerca de 1,5 ano o hormônio protéico chamado insulina foi isolado e aplicado em animais e pela primeira vez em uma cadelinha chamada Marjorie e depois de um período em um menininho chamado Leonard Thompson.
Logo em 1923 receberam o Prêmio Nobel de Medicina.
Na ocasião a imprensa noticiou a descoberta como a cura do diabetes. Mal sabiam que não era a cura , mas um grande passo para o controle e a prevenção das complicações desta doença.
Chamou minha atenção a memória do povo canadense. Nem percebi, mas quando um amigo me alertou fiquei estarrecido de ver que na nota de 100 dólares canadenses (a nota de maior valor no país) havia a imagem de um frasco de insulina. Talvez o motivo de eu ter ficado estarrecido foi o fato de ver que naquele país eles têm memória e ver que eles sabem valorizar seus grandes nomes, mesmo que tenham se passado 90 anos.
Fato interessante é que após o isolamento da molécula de insulina, o laboratório farmacêutico americano Eli Lilly se juntou ao grupo canadense e começou a produção e distribuição em larga escala da insulina de origem animal pelo mundo, tornando esta descoberta local em um medicamento que salvaria vidas em todo o globo terrestre.
Obviamente que muita coisa evoluiu ao longo destes 90 anos.
Hoje nossos pacientes diabéticos dispõem de insulinas desenvolvidas por engenharia genética, agulhas finíssimas, canetas de aplicação de insulina, discretas e pequenas, bombas de infusão contínua de insulina, aparelhos medidores de glicemia pequenos e rápidos e contagem de carboidratos para facilitar a dieta.
Felizmente, o Brasil tomou um papel de destaque nesta história dando o pontapé inicial no uso de células-tronco na tentativa de melhorar ainda mais a qualidade de vida dos portadores de diabetes tipo 1.
Que esta curta história sirva de estímulo para os diabéticos de hoje se cuidarem melhor. Que todos vejam que estamos vivendo num momento de grande explosão do conhecimento. Estamos na era das células-tronco e também na era de diversas outras pesquisas como a insulina inteligente (Smart Insulin), pâncreas artificial, medidores de glicemia com infra-vermelho, etc.
Encorajo a todos que se cuidem, que aceitem o diabetes e façam o tratamento adequadamente para poderem ter a chance de experimentar e utilizar as diversas novidades que estão por chegar até nós em poucos anos (poucos anos mesmo). Vamos nos cuidar bem hoje para podermos desfrutar do que vem por aí.
https://cabinedotempo.com.br/historia-2/cabine-historica/cabine-historica-fatos-historicos-do-dia-23-de-janeiro/
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