Juíza ordena prisão sem direito a fiança de Rosell e explicita ação de Teixeira
Rosell e a ligação com Teixeira
Ex-presidente do Barcelona é acusado de levar R$ 23,7 milhões com a venda de direitos de imagem de 24 jogos da seleção, e brasileiro teria embolsado R$ 30,2 milhões Por EFE e GloboEsporte.com, Barcelona, Espanha A juíza da Audiência Nacional da Espanha Carmen Lamela decretou nesta quinta-feira a prisão sem direito a fiança de Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. Detido na última terça-feira, o dirigente é acusado de desviar € 6,5 milhões (cerca de R$ 23,7 milhões), de comissões ilegais obtidas com a venda de direitos de imagem de 24 jogos da seleção brasileira. O total de recursos na operação ilegal, pago por uma empresa sediada nas Ilhas Cayman, propriedade do bilionário saudita Saleh Kamel, chegaria a € 15 milhões (R$ 54,6 milhões). A maior parte desse dinheiro - segundo a acusação, € 8,3 milhões (R$ 30,2 milhões) - foi direta e indiretamente para o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e pessoas do seu entorno que "atuavam como testas-de-ferro". De acordo com informações do jornal "El Confidencial", o dirigente e sua esposa teriam até cartões de crédito platinum de uma conta alimentada exclusivamente com verba de uma das companhias no esquema. Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, é condenado a prisão sem direito a fiança (Foto: Twitter / Diário Sport) Rosell, junto com o restante dos investigados, fazia parte de uma organização criminosa de âmbito transnacional, que se "dedicou a lavar dinheiro procedente de comissões ilícitas", segundo sustenta a juíza, que deixou em liberdade outros três detidos em operação realizada na terça-feira. Executivo, amigo de Teixeira, ex-presidente do Barça: conheça Sandro Rosell Estão soltos Marta Pineda, mulher de Rosell, que foi libertada após acompanhar a operação de busca e apreensão na luxuosa residência do casal, na cidade de Corçà, o libanês Shahe Ohannessian, apontado como ex-sócio do antigo dirigente da Nike no Brasil e ex-presidente do clube catalão. Ex-presidente do Barça nega ter lucrado com desvio de receita da seleção brasileira Além deles, segue em liberdade Andreu Ramos, cunhado de Besoli, apontado como testa de ferro, que teve o nome utilizado para a abertura das contas e empresas de Rosell. Contra os dois últimos, foram decretadas medidas cautelares, como proibição de sair da Espanha, além de presenças mensais no tribunal. Acusação diz que Ricardo Teixeira embolsou R$ 30,2 milhões (Foto: Getty Images) Rosell e a ligação com Teixeira O ex-presidente do Barcelona foi executivo da Nike nos anos 90. Levou a empresa americana a patrocinar a CBF (num contrato que foi alvo de investigações no Brasil e nos EUA) e o Barça. Na condição de diretor do clube catalão, foi ele quem contratou Ronaldinho em 2003. Anos depois, já presidente, Rosell concretizou a transferência de Neymar – que até hoje é motivo de diversas investigações no Brasil e na Espanha. As suspeitas que cercam a negociação de Neymar levaram Rosell em 2014 a deixar o cargo de presidente do Barcelona, que ele ocupava desde 2010. Rosell também foi personagem decisivo na queda de Ricardo Teixeira do comando do futebol brasileiro. Os dois participaram da organização de um amistoso entre Brasil e Portugal disputado no estádio do Gama em 2008, duelo que foi alvo da investigação. Amigo íntimo do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira (1989-2012), Rosell se hospedava nos mesmos hoteis da seleção brasileira em amistosos e competições pelo mundo. Na Copa América de 2011, disputada na Argentina, o então presidente do Barcelona andava no mesmo ônibus que transportava jogadores e comissão técnica da seleção. fonte:globoesporte
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