Corinthians brilha na tática e compensa técnica com muita entrega
Corinthians vence um grande adversário
Com formação e dedicação semelhantes às melhores versões de Tite, Timão de Carille encurrala o Santos, corta linhas de passe e deixa boa impressão em Itaquera Por Alexandre LozettiSão Paulo [caption id="attachment_134603" align="alignleft" width="300"] Corinthians marca no 4-1-4-1 no clássico contra o Santos (Foto: Reprodução)[/caption] O Corinthians da vitória por 1 a 0 sobre o Santos, foi uma das melhores versões táticas daquilo que sua torcida se acostumou a ver na "Era Tite". Sim, as comparações são enfadonhas, mas em vários momentos a equipe de Fábio Carille – auxiliar do técnico da Seleção, o que dá crédito às analogias – lembrou o time aplicadíssimo e de entrega admirável, campeão de tantas coisas. A questão é técnica. Os jogadores do Timão-2017 não são tão bons, individualmente, como eram os de outras temporadas. Mas um coletivo forte os faz jogarem melhor. Em mais uma vitória num clássico, com destaques como os jovens Guilherme Arana e Maycon, viu-se em campo, além de muita dedicação, noção do que deviam fazer com e sem a posse de bola. Num pedaço mínimo de campo, o Corinthians mostrou como iria conter o ímpeto do Santos, que sentiu demais as ausências de Renato, Lucas Lima e Ricardo Oliveira. Com linhas próximas e participação de todos, inclusive do centroavante na marcação. Jô não aparece na imagem, mas estava ali no círculo central . Foi ele, por exemplo, quem cortou a linha de passe no lance e deu início ao contra-ataque que terminou em bela defesa de Vladimir no igualmente bonito chute de Maycon. As presenças de Jadson e Rodriguinho qualificaram o meio-campo. O primeiro atuou por 90 minutos e ainda não fez tudo que dele se espera. Normal. O segundo também apareceu menos com a bola nos pés, mas num dos raros momentos em que se aproximaram, saiu coisa boa. Saiu a melhor coisa do jogo para o Corinthians, o gol de Jô. Nada mais do que dar ao dono da bola múltiplas opções de passe. Rodriguinho (que normalmente fica mais à direita) recebe a aproximação de Jadson (em tese, o homem aberto pela direita) do lado esquerdo, e eles ainda têm próximos Romero, Maycon e a passagem de Guilherme Arana, que cruza para o gol. Em mais um bom exemplo de articulação com a bola, o Timão de Carille, mas com traços táticos de Tite, troca passes até encontrar o caminho para avançar pela esquerda. Como? Com as triangulações que o técnico tanto gosta. O Santos não estava mal posicionado, mas a aproximação dos corintianos fez a bola sair de uma área à outra, e terminar em escanteio. É verdade que o adversário esteve mais frágil do que de costume, mas o desenho de jogo do Corinthians foi animador. A necessidade agora é turbinar a construção de jogadas. A linha de quatro, ontem formada por Jadson, Rodriguinho, Maycon e Romero, mas repleta de opções como Camacho, Marciel, Giovanni Augusto, Marquinhos Gabriel, Marlone, e por aí vai, precisa de sincronia de movimentos. Assim, o time que esboça ser competitivo poderá comprovar a tese.
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