"Mr. Libertadores" da comissão técnica avalia rota do Botafogo e elogia Gatito
Clubes brasileiros miram a Libertadores
Completando 20 anos de carreira no profissional, preparador de goleiros Flávio Tenius vai à sexta edição do torneio e projeto volta de Jefferson na reta final: "Por que não?" [caption id="attachment_133857" align="alignleft" width="231"] Em sua segunda passagem pelo Botafogo, Flávio Tênius vai para sua sexta Libertadores (Foto: Vitor Silva / SSpress / Botafogo)[/caption] Por Marcelo Baltar e Thiago LimaRio de Janeiro Em meio a uma comissão técnica jovem, em que muitos vão disputar pela primeira vez a Libertadores, um membro se destaca pela experiência. Na temporada em que completa 20 anos de carreira em clubes profissionais, o preparador de goleiros Flávio Tenius se prepara para disputar sua sexta edição do torneio. Tenius esteve na Libertadores com Cruzeiro (2001, 2004 e 2008), Corinthians (2006) e Botafogo (2014). No total, ele contabiliza 18 participações em competições internacionais. Com a experiência de quem vai para sua sexta edição, ele alerta: - A maioria nunca participou. É uma competição que é uma guerra. A começar pelo sorteio. Pegamos o Colo-Colo, um adversário de muita tradição. Um clube grande, com torcida. Sabemos que será muito difícil. É uma verdadeira guerra. O jogo é diferente, a arbitragem é diferente. Aqui, qualquer toque, o juiz marca falta e para o jogo. Na Libertadores não é bem assim. Sempre que tenho a oportunidade eu alerto. Já passei por situações muito inusitadas em competições sul-americanas. Já passei pressão dos dois lados. Não adianta achar que vai ser moleza. É dureza. Vai ser uma guerra. Ninguém vende barato na Libertadores – alertou o preparador. O currículo, no entanto, não mudou a personalidade de Tenius. Experiente, tranquilo e trabalhador, coleciona amigos por onde passa. E no Botafogo não é diferente. O goleiro Jefferson, o auxiliar Emilio Faro e o técnico Jair Ventura são alguns dos velhos conhecidos do preparador, que retornou ao clube no ano passado, quando Jair assumiu. O jogo é diferente, a arbitragem é diferente. Aqui, qualquer toque, o juiz marca falta e para o jogo. Na Libertadores não é bem assim. Sempre que tenho a oportunidade eu alerto. Já passei por situações muito inusitadas em competições sul-americanas. Já passei pressão dos dois lados. Não adianta achar que vai ser moleza. É dureza. Vai ser uma guerra. Ninguém vende barato na Libertadores Tênius, sobre a Libertadores Sobre a saída de Sidão e a lesão de Jefferson, Flávio Tênius tranquiliza os botafoguenses. Para ele o Botafogo está muito bem servido para o início da Libertadores com Gatito Fernández. - O Gatito é um cara que já tem uma experiência sul-americana, goleiro da seleção do Paraguai. Ele já jogou na Argentina, jogou na Holanda. Na Libertadores de 2008, quando eu estava no Cruzeiro, jogamos contra o Cerro Porteño. Na época ele era o reserva do Cerro. Ele pode ajudar muito na Libertadores. Depois que ficou definida a saída do Sidão, em conjunto, definimos quatro nomes. O Gatito era um deles. E foi fácil resolver. Estava em fim de contrato e teve interesse em vir para o Botafogo. Outros trechos da entrevista Volta ao Botafogo Eu participei em 2014. Passei quatro anos muito bons aqui. Sempre fui muito feliz aqui. Tirando o final, que foi um pouco conturbado. O ambiente era ótimo, como é atualmente. Voltei na virada do turno do Brasileiro do ano passado, após a saída do Ricardo Gomes Volta à Libertadores Agora é essa ansiedade pela volta à Libertadores. Sabemos que a preparação ficou apertada. Não tem jeito. Foi para todo mundo. O Atlético-PR também está na mesma situação. É uma competição importante, o Botafogo é um clube grande, e isso motiva todo mundo: profissionais, torcida... Esta sendo um momento bem gostoso de viver. Sidão x Gatito Sidão e Gatito têm características diferentes. O Sidão é um cara mais arrojado, pau para todo obra. O Gatito é um goleiro mais de colocação, concentração e procura fazer as coisas corretas, é atento aos mínimos detalhes. São características. Não tem essa de um ser melhor do que o outro. Os dois têm muita qualidade. O Sidão apareceu mais tarde para o futebol. O Gatito vem construindo a carreira no Brasil. Ele passou pelo Vitória, fez um bom campeonato pelo Figueirense e subiu mais um degrau ao chegar ao Botafogo. Ele pode nos ajudar. É experiente, não vai ter problema em relação à pressão. Ele tem 28 anos e sabe como as coisas funcionam. Jair Ventura É muito legal. Trabalhei aqui quando ele era auxiliar. E não é só o Jair. Antigamente, não havia muitas oportunidades. Eram cinco ou seis treinadores que tinham oportunidade. Hoje os clubes entendem e dão mais chances aos jovens que estão se preparando. Legal que voltei logo quando o Jair assumiu, e o time teve uma melhora muito significativa. Muito legal. É bom trabalhar com essa galera nova Lembranças da Libertadores Estava no Corinthians em 2006, naquele fatídico jogo contra o River Plate, que a torcida tentou invadir o gramado do Pacaembu. Foi uma pena. Passamos em primeiros na primeira fase, e o River Plate fez uma campanha ruim. Mas cruzou o primeiro com o último. Mas é o que sempre falo. Por mais dificuldade que esteja, o River é um time grande e fizeram jogo duro. Cheguei também às quartas de final com o Cruzeiro, mas perdemos para o Palmeiras nos pênaltis, em 2001. O Felipão era nosso treinador. Em 1999 eu estava no Flamengo, que conquistou a Copa Mercosul, contra o Palmeiras. Preparação de goleiros muda para Libertadores? Acho que não. É claro que vamos ter uma dificuldade maior porque entramos na Pré-Libertadores, com jogos decisivos logo de cara. Então tem que atropelar um pouquinho a preparação. Os outros times têm os estaduais para fazer ajustes. Não temos como deixar um atleta 100% em 20 dias, até porque temos que tomar cuidado para não passar do ponto e sobrecarregar. Mas a Libertadores é um torneio mata-mata e tem a questão dos pênaltis, que eu me preocupo muito. No ano passado, tivemos 100% de aproveitamento. O Sidão pegou os dois, contra Vitória e Corinthians. A gente estuda muito. Isso pode decidir um jogo na Libertadores. Recuperação do Jefferson Aos poucos vamos voltar a trabalhar. Ele operou há dois meses. Vai levar mais uns 15, 20 dias para cicatrizar totalmente. Ai, paralelamente ao reforço no braço, vamos começar a trabalhar o resto. A questão física, muscular e cardiorrespiratória. Quando ele estiver recuperado do braço e liberado, não precisarmos começar do zero. Vai correr, fazer musculação, trabalhar em campo com os pés para tentar diminuir o tempo de retorno ao máximo. Mas não dá para dar uma previsão. Temos que ter muito cuidado, mas não podemos perder mais tempo. Não há tempo a perder Jefferson está ansioso? Ele está agoniado, e eu fico agoniado por ele e pelo Botafogo. Mas quem sabe ele joga a Libertadores? Por que não? A competição vai até novembro. Ele está ansioso, mas está feliz. Agora ele está vendo evolução, está muito confiante. A coisa está andando bem. Mas me coloco no lugar dele. O Jefferson está impedido de fazer o que ele mais gosta de fazer. Comecei a trabalhar com ele quando ele tinha 17 anos, no Cruzeiro. Nessa época, ele foi titular em mais de 80 jogos com 17, 18 anos. Conquistou títulos e nunca teve problema de contusão.
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