Seleção Brasileira vence o Chile, mas ainda precisa melhorar

A Seleção Canarinho está longe de atingir performance à altura da qualidade de seu elenco

Por Marco Condez - Ivan Alvarado/Reuters - 11/10/2024 

A Seleção Brasileira de Futebol Masculino melhorou sua colocação na fase de Eliminatórias da Copa 2026 - América do Sul, após a vitória por 2 a 1 no jogo contra a Seleção do Chile. No entanto, em termos de desempenho, novamente a equipe brasileira cometeu erros básicos que poderiam ter influenciado diretamente no resultado final da partida.

Um dos erros que poderia ter prejudicado totalmente a história do Brasil nesta fase eliminatória foi a falta de atenção coletiva no primeiro ataque da Seleção Chilena, que originou o gol de abertura do placar. O vacilo maior foi do setor defensivo canarinho, mas considero que se aproximou de certo amadorismo de todo o time, que deveria estar atento desde o apito inicial.

Me agradou a escalação que Dorival Júnior fez para esse jogo, na tentativa de produzir variações na Seleção Brasileira, que, teoricamente deveria se alternar entre os esquemas 4-2-3-1, com Igor Jesus fazendo a referência no ataque, e o 4-3-3, sem a figura de um atacante de referência. Confesso que esperava melhora tática mais imediata, considerando a baixa qualidade técnica do Chile e o alto potencial de nosso elenco.

O esperado era que a equipe brasileira fosse altamente ofensiva e criativa, variando entre esses esquemas, com Raphinha flutuando da lateral direita do ataque para o meio-campo, a fim de elevar a criatividade da equipe. Contudo, o fato de ter sofrido o gol prematuramente exerceu forte pressão na equipe e atrapalhou esse dinamismo tático. Tanto é que o Brasil tinha maior volume de jogo, mas não conseguia traduzir esse domínio em chances reais.

Um detalhe importante no jogo contra o Chile foi a previsibilidade do meio-campo brasileiro. A meu ver, a falta de dinamismo neste setor atrapalhou a produção de lances ofensivos, uma vez que a lentidão brasileira na troca de passes deixava o Chile confortável na partida.

No segundo tempo, o desempenho brasileiro apresentou leve melhora, apesar de Dorival ter feito alterações convencionais, que não mudaram a formatação tática do time. A rapidez na inversão de lado na evolução das jogadas foi um recurso que o time brasileiro utilizou com sucesso, pois conseguiu desorientar a marcação chilena em alguns momentos.

No entanto, essa não pode ser a única forma da equipe mostrar superioridade. Creio que a deficiência crônica apresentada pela Seleção Brasileira decorre de não conseguir demonstrar sua superioridade real contra adversários com sérias dificuldades táticas, ou seja, times que jogam de forma excessivamente conservadora, como é a equipe chilena.

De modo geral a atuação brasileira foi melhor do que a do jogo contra o Paraguai, no qual o Brasil praticamente inexistiu ofensivamente. Mas, volto a salientar que esse grupo tem alto potencial de melhora, apesar de ter mostrado desempenho inferior ao que a qualidade do elenco pode oferecer, mesmo com os cinco desfalques que o time usual teve.

Assim, creio que a fraca qualidade tática e técnica da Seleção do Chile também contribuiu para que o Brasil crescesse na partida e encontrasse o caminho da vitória. A objetividade na movimentação que originou o segundo gol do Brasil, marcado por Luiz Henrique, é outro recurso que nossa Seleção não utiliza com frequência, mas pode ser um trunfo para encontrar espaços na defesa de times conservadores.

A expectativa é de que a radiografia do próximo confronto, contra a Seleção do Peru, seja semelhante. A Seleção Peruana é a penúltima colocada na tabela de classificação, com 6 pontos e, como tem demonstrado sérias dificuldades técnicas e táticas, provavelmente utilizará postura conservadora.

A Seleção Brasileira poderia adotar postura mais dinâmica contra o Peru, para tentar fazer marcação alta e facilitar a produção de lances ofensivos. Em alguns momentos, notei que a marcação no jogo contra o Chile foi passiva, sem objetivo de anular as opções de passes do adversário, na saída de bola.

O jogo contra o Chile, de um modo geral foi positivo, considerando principalmente o resultado, que manteve o Brasil na faixa de classificação direta para a Copa do Mundo de 2026. No entanto, coletivamente, a equipe ainda tem muito a evoluir.

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