Goleada do Bahia contra o Corinthians encanta Rogério Ceni: "espetacular"

Tricolor goleia na Neo Química Arena e deixa a zona de rebaixamento

Rogério Ceni avalia goleada do Bahia sobre o Corinthians — Foto: Felipe Oliveira EC Bahia

Por Redação do ge — São Paulo

Depois de conseguir um resultado histórico ao golear o Corinthians por 5 a 1, Rogério Ceni classificou como "espetacular" a atuação do Bahia na Neo Química Arena. A goleada do Tricolor, na noite desta sexta-feira, abriu a 35ª rodada da Série A e tirou o Esquadrão da zona de rebaixamento.

Um triunfo espetacular onde é muito difícil de vencer. Pouca gente vem aqui e consegue vencer, pela capacidade do time, pela pressão que a torcida faz".

— Rogério Ceni

O Bahia deu um "nó tático" no Corinthians ao jogar no 3-5-2 com o atacante Juba na ala esquerda e sem uma referência no ataque. Yago Felipe entrou no meio-campo, na vaga do centroavante Everaldo, suspenso, e Thaciano teve liberdade para conectar jogadas com Cauly e Biel.

- Nós tivemos oito treinamentos e definimos a maneira de jogar com exatidão apenas essa semana. Resolvemos jogar sem um nove fixo, jogar com Cauly mais flutuando pelo meio e Biel e Thaciano pelos lados - explicou o treinador.

- O tempo de treinamento é importante, mas jogar bem é mais importante. Mostrar alguma coisa, hoje mostramos um bom jogo. Um jogo bem feito e com desejo de vencer. Podem ter coisas para ajustar, mas nenhum jogador deixou de fazer o melhor enquanto esteve em campo. Espero que a gente consiga atingir nosso objetivo, que é manter o Bahia na Série A - complementou Ceni.

A escalação com três defensores foi importante para deixar Juba livre pela esquerda. O atleta, inclusive, deu assistência para o primeiro gol, marcado por Rezende, e participou do segundo, complementado por Cauly, que foi o principal destaque tricolor na partida.

- Nós tentamos uma estratégia que alguns podem entender como uma linha de cinco. O Juba jogou bem mais à frente que o Rezende, principalmente no primeiro tempo. Até quando deu usamos o Juba marcando bastante alto o Fagner, e o Rezende fazendo a cobertura por trás. Eu não achei que o Corinthians jogaria com linha de três. Por isso o Cauly tentou flutuar. Me surpreendeu um pouco a maneira como eles escalaram, mas não mudou muito a maneira de marcar.

Agora, Ceni terá menos tempo de trabalho, pois o Bahia já volta a campo na próxima quarta-feira, contra o São Paulo, em compromisso marcado para as 20h (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova.

Veja outros trechos da entrevista do treinador:

Pés no chão

- Eu acho que não existe a possibilidade de tirar a concentração de ninguém, mas acho que temos que valorizar muito esse tipo de jogo. Um resultado expressivo, que não é normal, não é usual acontecer. Amanhã nós viajamos durante a madrugada, amanhecemos o dia, descansamos e domingo mesmo começamos a treinar para enfrentar outro grande time que é o São Paulo. Vamos jogar na Fonte Nova sabendo que precisamos do apoio do torcedor. É o momento, são os últimos instantes, precisamos mais do que nunca do apoio do começo ao fim do jogo. Dos últimos quatro jogos fizemos três bons jogos, mesmo não vencendo todos. O que temos de mais precioso é o torcedor, então que eles estejam com a gente. E os pés vão seguir sempre no chão.

Importância da goleada

- Eu, como treinador, trabalhei seis vezes aqui. Entre São Paulo, Fortaleza e Bahia foram três empates, uma vitória e duas derrotas. Como jogador foram duas ou três. Não joguei muito, mas não ganhei realmente. É um lugar difícil. O Corinthians não perdia há dez jogos em casa. São jogadores de alta qualidade, Renato Augusto, Yuri, Giuliano, Fágner, Cássio, caras que têm peso. Espero que que seja um passo muito positivo para a gente se manter equilibrado. E tentar manter esses triunfos no final. É importante também porque deixa o Corinthians em uma posição de quem também precisa. Junta mais times na briga. A gente sabia que era a última grande chance para manter o Bahia vivo no que a gente veio aqui buscar.

Ademir

- Eu adoro Ademir. Já indiquei ele em lugares onde trabalhei. Acho que é um jogador que casaria muito bem no São Paulo com Rafinha fazendo a construção por trás e ele aberto. Hoje foi importante, entrou no momento do 3 a 1 com missão de ajudar na marcação e no contra-ataque. Mantive o Cauly justamente para aproveitar essa bola no Cauly e em velocidade para o Ademir. E também tivemos sorte de sair exatamente essa bola duas vezes. O pênalti e o gol que ele fez. Fico feliz que ele tenha entrado e decidido o jogo. Acho que ele ganha força. A gente tem que se adaptar ao sistema de jogo. Ele vai crescer, já conversei com ele. Eu adoro o Ademir, ele sabe o quanto eu gosto dele.

Time entendeu o trabalho?

- Acho que o time jogou bem, isso é o mais importante. A gente ainda não tinha feito um jogo dessa maneira, sem um nove. Então o tempo foi muito importante para adaptar os gatilhos de marcação. Se não fosse pelo tempo, talvez não daria para fazer a experiência. Mas repito que, dos quatro últimos jogos, fizemos três bons jogos. Só contra o Cuiabá foi fora da curva, onde teve um pênalti com jogador expulso e gol no mesmo momento. Então que a gente continue jogando bem. E que se possível a gente vença, porque não há mais tempo. Precisamos dos pontos.

https://ge.globo.com/ba/futebol/times/bahia/noticia/2023/11/25/rogerio-ceni-avalia-atuacao-do-bahia-em-goleada-sobre-o-corinthians-espetacular.ghtml