Andrés confirma demissão de Mano da Seleção, mas avisa que foi contra
Diretor de seleções da CBF diz que decisão partiu do presidente da entidade, José Maria Marin, e teve como principal motivo o desejo do mandatário de novos metodos de trabalho
Pedro Lopes - São Paulo (SP)
O diretor de seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Andrés Sanchez, concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, no salão nobre do prédio da Federação Paulista de Futebol (FPF), e confirmou a saída de Mano Menezes e de toda a comissão técnica da Seleção Brasileira. Andrés justificou a decisão tomada pelo presidente da CBF, José Maria Marin, e disse que foi contrário a ela. A saída do técnico do Brasil foi sacramentada após uma reunião nesta tarde no edifício, como foi antecipado pelo LANCE!Net.
- Primeiro, não foi só o Mano, mas todo mundo. Estão todos demitidos da Seleção. A Confederação tem os critérios, quer um novo planejamento, nova estrutura, será mudado no próximo ano - afirmou.
Questionado se também deixa o cargo, Sanchez afirmou que não, já que não trabalha apenas com o time principal. O dirigente, entretanto, deixou claro que não concordou com a decisão tomada pelo presidente da CBF:
- Não estou nesse contexto de Seleção. Vamos ver lá na frente. Não sou contra, só achava que não era o momento, mas entendo os critérios. São critérios do presidente. Se ele está entendendo que na nova temporada quer outros métodos, temos de respeitar, é corajoso, ousado, está vendo o futebol para frente. Sei respeitar hierarquia, ele é o presidente - disse.
A principal razão da defesa de Mano por Andrés foi, segundo o próprio dirigente, a interrupção da continuade do trabalho realizado. Apesar disso, Sanchez voltou a garantir que a razão não foi relacionada aos resultados dentro de campo, inclusive nos Jogos Olímpicos de Londres, no início do segundo semestre deste ano:
- Mano fez um bom trabalho, teve dificuldade, momentos difíceis, até pela geração perdida na Seleção Brasileira. Não foi por resultado. Se fosse por resultado teria feito no começo do ano. O presidente quer mudar a maneira de ser da Seleção a partir de janeiro - explicou.
Andrés Sanchez aproveitou a ocasião para negar que tenha havido qualquer interferência do presidente da CBF em convocação ou escalação da equipe:
- Isso é uma grande mentira. O presidente nunca interferiu em convocação. Quem disse isso, plantou isso, é mentiroso. O treinador tinha autonomia para chamar quem quisesse - ressaltou.
O blogueiro e colunista João Carlos Assumpção deu com exclusividade no LANCE!Net que Marin impôs não só a convocação de Kaká como já havia determinado que Ronaldinho Gaúcho fosse chamado para o amistoso contra a Inglaterra, no começo de 2013.
Sobre o novo nome para substituir Mano, o diretor de seleções da CBF afirmou que a escolha ficará entre seis ou sete treinadores, e a decisão será anunciada no começo de 2013:
- Vamos discutir nos próximos dias para saber o que será feito. Marin quer outros métodos, outra tecnologia e vamos respeitar. Ficará entre seis ou sete nomes. Vamos anunciar em janeiro, no começo, nos primeiros 15 dias - finalizou.
Comentários