Entenda como o Flamengo pode vencer o câmbio e a concorrência portuguesa para manter Jorge Jesus

Euro a R$ 5,74 é o maior adversário, mas clube confia que proposta rubro-negra será inigualável, mesmo no mercado europeu depois do coronavírus

Jorge Jesus visita Fla-Portugal — Foto: Reprodução

Por PVC - Rio de Janeiro

O maior adversário do Flamengo para manter Jorge Jesus não é a suposta pedida de 7 milhões de euros anuais, que a direção rubro-negra nem sequer confirma. É o câmbio. O euro já bateu nos R$ 5,74 e a cada aumento parece mais difícil será pagar o treinador português na moeda europeia. Mas o clube não diminui sua oferta. O contrato atual lhe dá 3,7 milhões de euros líquidos por ano. Já é muito e o Flamengo ofereceu mais. Na visão da direção rubro-negra, a proposta para Jorge Jesus é imbatível.

Principalmente porque o mercado europeu também sairá do coronavírus em crise econômica.

O Real Madrid não vai trocar Zinedine Zidane e o Barcelona não contratará Jorge Jesus, principalmente depois de Xavi dizer ao diário La Vanguardia que dirigirá o clube de sua vida, no futuro. No cenário atual, só o Benfica pode fazer uma proposta que se equipare à do Flamengo. Essa análise é de um antigo amigo do treinador, que conhece o mercado.

O Flamengo entende que a pedida alta de Jorge Jesus se deve ao fato de que, agora, ele tem um empresário a representá-lo: Bruno Macedo. Era diretor financeiro do Sporting Braga, quando Jesus trabalhou no norte de Portugal.

Há um ano, foi diferente. O agente não queria que Jesus viesse para o Brasil. Rodolfo Landim sentou-se com o treinador por dois dias seguidos. Em 1 de junho de 2019, em Madri, disse ao português que sua proposta era o máximo que o Flamengo podia fazer. Representava 10% a menos do que Jesus recebia no Sporting. A resposta de Jesus foi: SIM.

Se Landim e Marcos Braz sentarem-se frente a frente com Jorge Jesus, o Flamengo confia que ele permanecerá. Também porque Jesus saberá que não terá, em Portugal, um desafio esportivo tão importante quanto o de vencer o Mundial pelo Flamengo.

Mas pode haver concorrência portuguesa. No cenário pós-crise, só o Benfica terá condição de fazer uma proposta financeira semelhante à do Flamengo. Antes do coronavírus, o time de Lisboa se preparava para colocar 30 milhões de euros em ações à venda na bolsa.

Com a aproximação da crise, o Benfica recuou. Preferiu ficar com dinheiro na mão. No fim deste ano, haverá eleição para presidente. Luis Filipe Vieira será reeleito, mas sua plataforma é levar o Benfica a um troféu europeu. Ele sabe que só tem uma chance de conseguir isso: Jorge Jesus. Com o atual treinador do Flamengo, o Benfica chegou a uma final europeia depois de 23 anos e repetiu o feito na temporada seguinte.

O Porto não é candidato a contratar o técnico, apesar de o presidente Pinto da Costa ter Jorge Jesus como objetivo. Não há dinheiro, porque está às voltas com o fair play financeiro e porque não disputou a Champions League nesta temporada. A única chance do Porto é ser declarado campeão português, se a federação cancelar o restante do torneio. Neste caso, não haveria ônus de demitir o treinador campeão, Sérgio Conceição, e haveria 40 milhões de euros a mais em caixa, garantidos por já estar na fase de grupos da próxima Champions.

Improvável.

O Flamengo não pagará 7 milhões de euros anuais a Jorge Jesus e, mesmo assim, o cenário mais provável é que o português renove seu contrato para seguir no Ninho do Urubu. Ele conhece o clube, sabe que está à altura de sua ambição, recebe um bom salário, terá um bom aumento e poderá alcançar mais do que os supostos 7 milhões com premiações pelos títulos que planeja conquistar.

Mesmo sem alcançar a pedida do agente Bruno Macedo, o Flamengo é favorito para continuar sendo o endereço de trabalho de Jorge Jesus.

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