Bruno César vê no Vasco chance de provar seu valor no Brasil

Bruno César, diz que é hora de afirmação no Vasco

A hora da afirmação: Bruno César vê no Vasco chance de provar seu valor no Brasil Contratado com a responsabilidade de ser o camisa 10 em 2019, meia acredita que foi a hora certa de retornar ao país: “Venho para ajudar o Vasco e o Vasco me ajudar” Por Felipe Schmidt, Felippe Costa e Guido Nunes — Atibaia, São Paulo [caption id="attachment_150985" align="alignleft" width="300"] Bruno César durante treino do Vasco — Foto: Carlos Gregório Jr. / Vasco[/caption] A decisão de retornar ao Brasil após quatro anos jogando na Europa não foi tão difícil para Bruno César quanto se imagina. Muitos fatores pesaram na balança: o nascimento do filho Romeu, atualmente com seis meses, o convite do Vasco e, principalmente, a chance de confirmar seu valor na terra natal. Bruno estava no Sporting, de Portugal. Jogou pouco na última temporada, mas antes colecionou bons momentos, como partidas na Liga dos Campeões e gols sobre Juventus, Borussia Dortmund e Real Madrid. Mas ele sentia que ainda precisava mostrar sua melhor versão no Brasil. - Vejo como uma afirmação. Fiz um grande ano no Corinthians, não fiz um bom pelo Palmeiras. Nessa terceira passagem existe a dúvida de qual será o Bruno César. Já provei meu valor fora do Brasil, pude disputar três Ligas dos Campeões, fiz gols importantes, mas aqui no Brasil ainda existe uma desconfiança. Pude ajudar com o futebol e sou muito feliz com minha carreira. Venho para ajudar o Vasco e o Vasco me ajudar – disse o meia. Pesou também o lado pessoal. Romeu, o primeiro filho de Bruno César, não se adaptou bem ao frio da Europa. Tanto que voltou antes do pai para o Brasil, já na reta final da negociação com o Vasco. - Foi uma decisão em conjunto com minha família. Sabíamos que já estávamos faz tempo na Europa e achamos que era o momento certo para voltar. Junto com a decisão teve o convite do Vasco, o projeto que o Alexandre (Faria) e o Alberto (Valentim) me falaram pesou, principalmente no momento em que queria voltar. Nesta entrevista, concedida já sob o calor inclemente de Atibaia, no interior de São Paulo, Bruno César falou de sua expectativa para o Vasco, a parceria com Maxi López, a desconfiança em relação a seu peso e o papel da religião em sua carreira – ele tem no braço uma tatuagem da Mãe Rainha, um santuário que fica justamente na cidade paulista. Confira a entrevista com Bruno César: Adaptação ao futebol brasileiro - O sol aqui está bastante forte. Sai de lá de Portugal com 8 ou 9 graus. Para as pessoas pode ser normal, mas estou tendo um pouco de dificuldade. Mas a pré-temporada já está ajudando bastante pegando um sol aqui. Já falaram que em Bangu é difícil (riso). Mas a gente está preparado. Parceria com Maxi nos treinos - A gente sabe da qualidade do Maxi, um jogador com passagem em grandes clubes europeus. Ele tem um diálogo muito bom apesar de ser argentino. Ele fala do estilo de jogo dele com os jogadores. Ele gosta de um cara que o apoie, pois ele joga de costas para o gol. Estamos nos entendendo. Alberto vem me ajudando bastante. O time já tem uma base e eu é que tenho que me adaptar. Até o Ramon (Menezes, auxiliar técnico) vem me dando uns toques. A gente procura sempre estar ouvindo. Pedidos de Valentim - A gente não tem conversado muito, mas nas poucas vezes me pede calma, justamente nessa questão de tempo, pois ele jogou na Europa e reconhece. Temos um diálogo muito interessante, dá para fazer o treino todo. O mais importante é estarmos nos acertando para termos um ano bom. - Nem do Corinthians nem do Palmeiras. Era muito jovem no Corinthians, e no Palmeiras tinha voltado de um mercado que não exigia muito. Não é desculpa, mas depois desses quatro anos volta um cara diferente, que já é pai, e isso muda muito uma pessoa. Aprendi muita coisa, estava em um grande clube europeu. A gente lamenta da época do Palmeiras, pois não me adaptei. Agora minha cabeça está mudada e quero apagar o que aconteceu em 2014. Relação com a turma do quiosque - Sei quem são, mas não sei se interferiram na minha contratação. Não sei se são as mesmas pessoas que procuraram meu empresário. No meio do ano teve um convite do Vasco e esperamos o momento certo para voltar. Jejum de faltas do Vasco - Acho que o último gol de falta foi o Nenê em 2017. A gente sabe que são raros os jogadores que cobram faltas muito bem, e ainda bem que esse ano temos vários. Sabemos que existem jogadores de qualidade, e questão de falta é mais treinamento. Se o cara treinar 10, 15 faltas o cara não vai ficar sem perna. Em todos os clubes que passei fiz gols e dá para prometer pelo menos um (risos) Manias fora de campo - Gosto muito de cinema. Em Portugal tínhamos uma rotina de ir ao cinema às segundas. Agora com o nascimento do meu filho dificultou. Gosto de ficar com ele, a gente sai para jantar bastante e sou muito tranquilo quanto à questão fora de campo. Peso ideal - Nem olhei muito. Não sou muito de olhar notícias. Uma coisa que aprendi em Portugal... Sem menosprezar a imprensa, que respeito... Mas não olho. Estou no meu peso. A fisiologia do Vasco tem meus percentuais de gordura e vocês podem pegar para ver. Vai ter gente tirando sarro, mas estou muito tranquilo. Tenho que provar para a torcida do Vasco que estou bem e vou mostrar dentro de campo. Se ficar ouvindo o que fulano fala vou parar de jogar futebol. Religião - Sou muito religioso, minha mãe também. Não desci do ônibus em Aparecida, fiz minha oração lá de dentro. O pedido deixo guardado, mas não vai fugir de fazer um grande ano. A gente sabe que a torcida do Vasco está carente de títulos. Os treinos estão sendo sensacionais, e nós jogadores sabemos quando o grupo é bom. Por isso, vamos dar muito o que falar esse ano.