Bruninho pede foco na final, mas critica rival polonês: "Provoca todo o tempo"

Capitão brasileiro comenta comportamento dos jogadores anfitriões no primeiro duelo e afirma que seleção precisa se concentrar para buscar o inédito tetracampeonato

A festa durou pouco. Bruninho comemorou com os companheiros em quadra, recebeu os cumprimentos pela vitória sobre a França no caminho até a sala de entrevistas, deu um aperto de mão em Bernardinho, mas deixava claro que a cabeça já estava na final do Mundial. O adversário só seria conhecido algumas horas depois. Com o apoio da torcida, a Polônia venceu a Alemanha por 3 a 1 e, neste domingo, estará outra vez no caminho do Brasil. Desde o último encontro, no comecinho da semana passada, o clima de rivalidade se formou entre as duas equipes. 

Perguntado na coletiva de imprensa por um jornalista polonês sobre as declarações que havia dado sobre o comportamento e provocações feitas pelos jogadores do time anfitrião quando se enfrentaram, Bruninho foi direto.

- Você quer que eu dê o nome? Kubiak. É um jogador muito bom, mas não concordo com esse comportamento. Eu joguei com alguns dos melhores do mundo como Giba e Serginho e eles nunca fizeram isso. Ele provoca todo o tempo. É só perguntar para os times que jogaram contra a Polônia, como a França - afirmou, ganhando um sorriso do capitão francês, o levantador Benjamin Toniutti, em concordância.

Kubiak, que já havia sido criticado nominalmente também por Leandro Vissotto, é o terceiro principal pontuador da Polônia no campeonato. Nas estatísticas de recepção aparece como o segundo mais eficiente, ficando atrás de Murilo. A rivalidade entre Brasil e Polônia, campeã da Liga Mundial em 2012, cresceu na terceira fase do Mundial. Mesmo sendo a seleção de melhor campanha do campeonato e ter terminado a segunda fase em primeiro lugar no geral, o Brasil foi obrigado a deixar Katowice, onde estava durante toda a competição e viajar 200km até Lodz, por ter caído na chave dos anfitriões no sorteio, o que estava no regulamento. O que não estava previsto era que a seleção fizesse dois jogos seguidos, sem intervalo. A vantagem de ter sido o melhor de sua chave se perdia com a mudança das tabela. A Polônia que avançou sem segundo, ganhou o benefício. A FIVB alegou ter sido um pedido da TV local, dona dos direitos de transmissão, e que se tratava de uma condição geral por ser o time da casa. A equipe brasileira deixou a quadra com seu primeiro revés, no tie-break. A partida terminou com protestos da seleção, que cobrou da arbitragem que o desafio pedido por Stephane Antiga - que fez o juiz mudar a marcação do último ponto -, fosse mostrado no telão.

O Brasil está atrás do inédito tetracampeonato. O tamanho do apetite da equipe estava nas palavras de seu capitão.  

- Estar em outra final é incrível. Lutamos contra um time muito forte, mas temos que esquecer este jogo e pensar na final. Temos chance e queremos fazer história. Vamos fazer tudo para colocar o nome do Brasil na história. Queremos fazer algo que ninguém fez. Temos que mostrar atenção no adversário porque é a nossa chance - disse.   

O levantador elogiou a paciência mostrada pela seleção na vitória por 3 a 2 sobre os Bleus. E ainda ressaltou que o fato de o grupo ter resistido a um adversário com um sistema defensivo tão bem montado valorizou ainda mais a conquista da vaga.

- Estávamos preparados para isso, para jogar contra um time que não desiste nunca. E nós não perdemos a cabeça. O mais importante foi ter lucidez. Agora temos que ver os vídeos do nosso próximo adversário e manter o que sempre fizemos aqui: encarar todos os jogos como uma final. 

A decisão será disputada  às 15h25 (de Brasília) deste domingo, com transmissão ao vivo do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com. Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar os lances pelo SporTV Play. 

Por Danielle RochaDireto de Katowice, Polônia