Cissa Guimarães (Foto: Reprodução/ Instagram)

GABRIEL MENEZES

Cissa Guimarães está trabalhando novamente como atriz após uma década dedicada à função de apresentadora. Ela é uma das personagens centrais da quarta temporada da série “A divisão”, do Globoplay, que começou a ser gravada recentemente. Até então, o seu papel mais recente tinha sido na novela “Salve Jorge”, em 2012. 

— Estou feito criança, um pinto no lixo. Fiquei nervosa quando fui convidada, senti um frio na barriga. E isso foi ótimo, me fez me sentir humana. Como atriz, fiquei nos últimos dez anos fazendo teatro e com muita saudade do audiovisual, que é algo completamente diferente. Mas a vida foi me levando por outros caminhos. É muito bom estar de volta agora. Além disso, estou muito orgulhosa de poder trabalhar com o José Junior (criador da série), que é alguém de quem acompanho o trabalho há anos.  

Na série, ela interpreta uma juíza muito rigorosa que tem o filho sequestrado. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com o desespero da situação, a personagem se vê num embate com a equipe da Divisão Antissequestro (DAS) por conta dos métodos utilizados para tentar solucionar o crime. 

— A personagem tem um conflito muito interessante entre o que está dentro da lei e o que é preciso fazer para salvar o seu filho. Para mim, que sou uma pessoa mais do humor, é um desafio enorme. É algo que me tira completamente do lugar.

Além da nova fase profissional, Cissa vive um momento especial em família. Em fevereiro, ela se tornou avó de sua terceira neta, Filipa. A menina é filha do seu primogênito, Thomaz Velho, que também é pai de José e Aurora.

—  As coisas aconteceram no momento certo. Ano passado, eu deixei o “É de casa” em comum acordo com a Globo, de portas abertas. Foi uma oportunidade para cuidar mais de mim e para ficar mais próxima das minhas netas, algo que eu não estava tendo muito tempo. Agora veio a Filipa e está uma festa só. Eu sou uma avó que não pareço muito avó, sou muito moleca. Eu deito no chão, rolo, brinco... A Aurora e agora a Filipa também estão me colocando nesse universo das meninas, já que eu fui mãe de meninos. 

Ela frisa que se tornar avó despertou novos medos. Aventureira, Cissa pulou de asa-delta no ano passado e tem planos de pular de paraquedas.

— Eu continuo com os planos de pular de paraquedas e de fazer outras aventuras, mas hoje eu tenho medo de machucar e de não conseguir mais brincar com eles. Além disso, eu, que sempre cuidei da minha saúde, hoje me preocupo ainda mais com isso. Quero continuar podendo abaixar, segurar e pegar os meus netos no colo. 

Aos 65 anos, Cissa diz que vive a “infância da velhice” e que não gosta de romantizar essa fase da vida: 

— Eu acho que envelhecer é difícil. Nunca vi ninguém comemorar que está com uma ruga nova. Mas, eu quero que o tempo seja meu companheiro e parceiro. Eu não faço procedimentos estéticos, uso no máximo um pouquinho de botox. Quase não uso maquiagem também. Mas, ao mesmo tempo, pinto o cabelo e não quero encarar os fios brancos. Acho que cada pessoa tem que encarar essa fase da forma que quiser. A maturidade trouxe muitas coisas boas também. Por exemplo, eu aprendi a ficar sozinha comigo mesma. Descobri em mim uma excelente companhia.

Apesar disso, ela, que está solteira atualmente, comenta que adora namorar:

— Neste momento, estou tão envolvida com as gravações e outras coisas que não está cabendo um namoro. Acho que o tempo também vai nos deixando mais seletiva. Mas eu adoro. Essa coisa que inventaram de "ficar" é muito boa também. É aquilo que dizem: enquanto a gente não acha a pessoa ideal, vai experimentando.