Débora Nascimento, a Tessália de ‘Avenida Brasil’, sente o assédio crescer

Carol Campanharo

Não são apenas os homens do Divino os atraídos por Débora Nascimento. Livre da caracterização de Tessália e longe do bairro que ambienta "Avenida Brasil", a atriz só precisou descer do carro para que todos os olhares se voltassem para ela. A morena parou o trânsito e o passeio de quem caminhava pelo Arpoador, na Zona Sul do Rio, durante esta reportagem. Com 1,78m de altura e um corpão esculpido a pedaladas e drenagem linfática, a paulistana que já se sente carioca se acostumou com as cantadas na rua. Principalmente agora, com o sucesso que faz no horário nobre.

— O assédio cresceu, sim. Quando passo, disparam "Leleco (Marcos Caruso) sortudo!" ou "Estou procurando a minha Tessália" — conta Débora, que ganhou seu primeiro papel de destaque em "Duas Caras", quando interpretou Andréia Biju: — "Duas Caras" foi especial, mas Tessália mudou a minha vida. Com tão pouco tempo de novela, a repercussão já é impressionante! As pessoas comentam muito.

O que também não sai da boca e da cabeça do público é o tema da personagem, "Assim você mata o papai". A música do grupo Sorriso Maroto gruda feito chiclete e, hoje, é naturalmente associada à figura do furacão Tessália.

— Às vezes, escuto: "Assim mata papai!", "Ai, ai, ai, ai!"... (risos) Até me pedem para cantar um pouquinho. Mas só isso. Os fãs me tratam com muito respeito — conta, satisfeita, a nova pagodeira, que, recentemente, assistiu ao show do grupo e adorou: — Sempre que estou indo para o Projac, ligo o rádio para ouvir. Toca toda hora, né? Está bombando! Aí, já vou me inspirando e chego pronta para gravar. Acho a música uma delícia! Alegre, leve.

Aos marmanjos, um aviso: a dona desse sorriso nada maroto é comprometida. Aos 26 anos, Débora é casada há três com o empresário Arthur Rangel. Eles têm a mesma idade e, segundo ela, o marido não é nada ciumento — sorte a dele! É ela que se assume uma ex-possessiva. Ou seja, realidade contrária daquela que encena na TV. Mas a atriz não vê problemas em se relacionar com homens mais velhos. Só não gostaria de ter ao lado um tipão paranoico como Leleco.

— Temos um combinado. Posso sair com as minhas amigas e ele, com os amigos dele, para jantar, dançar... Independência e liberdade só agregam. Eu era um pouquinho ciumenta, sou meio geniosa. É que gosto de cuidar, de guardar quem amo debaixo da minha asa. Sou bem mãe. Tinha muito isso com ele, mas consegui deixá-lo mais solto. É maturidade, né? Segurança — justifica essa geminiana, que faz aniversário no próximo sábado.

O gosto pela vida caseira e o espírito agregador que Débora cultiva não são de hoje, vêm da infância. Filha do delegado Valdecir do Nascimento e da esteticista Maria Lúcia dos Santos, a morena cresceu rodeada pela família numa casa na Zona Leste de São Paulo, indo e vindo do sítio do padrinho — quem aliás, a inscreveu para o primeiro concurso de modelo, ou seja, o responsável por sua carreira e todo esse sucesso —, onde se sujava fazendo bolo de lama, subia em árvores e pegava frutas para atirar no irmão mais novo. Algo estranho de se imaginar, considerando sua aparência "mulherão fatal".

— Nunca fui de vidro, sou moleca até hoje. Também não sou madame. Hoje tenho uma faxineira que me ajuda, mas se precisar pego na vassoura. Já limpei muito banheiro — diz.

Apesar do estilo de vida apontar para a maternidade, Débora descarta filhos num futuro próximo:

— Ah, acho que seria bom começar lá para 2020, 2021... quem sabe, né?