Dia do Mundial do Orgasmo

Comemore o Dia Mundial do Orgasmo com quem você ama

A vida, o amor e o orgasmo faz parte do ser humano 

Em 31/7 é celebrado o Dia do Orgasmo. Segundo um levantamento produzido por uma empresa de produtos eróticos, na Espanha, de 1.300 pessoas entre 20 e 55 anos que participaram da pesquisa, 59% dos homens e 27% das mulheres assistem a filmes eróticos. Esse tipo de conteúdo é uma das maneiras utilizadas para sentirem orgasmo.

De uma maneira informal, estabelecimentos de sex shop, localizados na Inglaterra, idealizaram o Dia Mundial do Orgasmo, 31/7. As lojas foram responsáveis por criar uma expectativa, já que havia sido detectado que 80% das mulheres inglesas não sentiam orgasmos.

O Dia do Orgasmo, é uma oportunidade para deixar a vergonha de lado e inserir o tema nas rodas de conversa entre amigos e familiares. O assunto ainda é visto como tabu para algumas pessoas, mas tratá-lo com naturalidade pode ajudar quem não consegue sentir orgasmo durante as relações sexuais.

Estímulos no corpo

De acordo com estudos realizados na Espanha, o corpo do ser humano pode ser estimulado de diversas maneiras. Segundo a opinião dos entrevistados, 35% prefere beijos no pescoço enquanto 24% gostam de carícias pelo corpo e 11% massagens relaxantes com óleo

Orgasmo clitoriano

O clitóris faz parte da vulva, presente no corpo feminino. Quando estimulado por meio do toque na região, seja na relação sexual ou na masturbação, ele pode provocar o orgasmo clitoriano, que inclusive é um dos mais sentidos pelas mulheres.

Orgasmo. 

Identificado por especialistas e médicos, o orgasmo é o ápice de prazer que um indivíduo pode ter durante a prática sexual. Ele pode ser sentido tanto em uma relação sexual como com a masturbação pessoal.

Cientistas dizem ter resolvido mistério do orgasmo feminino

É um mistério que tem intrigado cientistas há séculos: qual o papel do orgasmo feminino?

No homem, o orgasmo está diretamente relacionado à transferência de esperma, mas nas mulheres o orgasmo não só não é necessário para a concepção, como também está muitas vezes ausente da relação sexual.

Por que, então, as mulheres experimentam essa sensação? Um grupo de pesquisadores nos EUA diz ter encontrado uma possível resposta. E o segredo estaria no desenvolvimento de uma função-chave: a ovulação.

Um novo estudo realizado por cientistas da Universidade de Yale e do Hospital Infantil de Cincinnati sugere que o orgasmo feminino é um vestígio de nosso passado evolutivo, quando as fortes descargas de hormônios que acompanham o clímax eram necessárias para a mulher ovular.

"Sugerimos que o homólogo do orgasmo humano é um reflexo que, ancestralmente, induziu a ovulação", diz a conclusão do estudo.

Ovulação espontânea

"Pesquisas anteriores focaram na biologia humana, mas não na evolução de uma determinada característica em espécies diferentes", diz Günter Wagner, professor de Ecologia e Biologia Evolucionária na Universidade de Yale e um dos autores do estudo.

Os cientistas se concentraram no estudo evolutivo e em diferentes espécies de um dos fenômenos que acompanham o orgasmo feminino: a forte liberação de hormônios como prolactina e oxitocina.

"Características homólogas em espécies tendem a ser muito difíceis de rastrear", diz Mihaela Pavlicev, do Hospital Infantil de Cincinnati e coautora do estudo publicado na revista JEZ, Molecular and Developmental Evolution.

"As fortes descargas hormonais caracterizam um dos aspectos do orgasmo feminino e assim seguimos a pista evolutiva dessa característica em diferentes espécies."

Em muitos mamíferos, como gatos ou coelhos, essa descarga hormonal ocorre durante a relação sexual com o macho e é necessária para estimular a liberação de óvulos.

Mas em seres humanos e em outros primatas a ovulação é espontânea e independe da estimulação sexual.

Os pesquisadores observaram que a ovulação induzida apareceu antes da ovulação espontânea, que teria surgido há cerca de 75 milhões de anos.

O orgasmo feminino seria, então, um resquício desse passado ancestral comum, quando uma forte descarga hormonal era necessária para uma função tão vital como a ovulação.

O deslocamento do clitóris

A ocorrência da ovulação espontânea também teria levado a outras mudanças evolutivas, especialmente a realocação do clitóris.

Em espécies com ovulação induzida por atividade sexual, o clitóris fica dentro ou muito perto do canal vaginal.

Já em seres humanos e outras espécies de ovulação espontânea, ele fica mais distante.

"Isso explicaria por que a cópula não é necessariamente acompanhada de orgasmo", disse Pavlicev.

A cientista não descarta, no entanto, que a forte descarga hormonal possa estar associada a outras funções.

"Ainda há muito debate sobre se o orgasmo pode cumprir outras funções, como um fortalecimento do vínculo emocional", disse ela. "Então, não podemos excluir (a possibilidade de) que, apesar de ter perdido sua conexão com a reprodução, o orgasmo feminino possa ter outras funções."

"Acréscimo fantástico"

No entanto, alguns pesquisadores preferem outras explicações sobre o orgasmo feminino.

Elisabeth Lloyd, professora de biologia da Universidade de Indiana e autora de O Caso do Orgasmo Feminino: Preconceito na Ciência da Evolução, descreveu no jornal britânico The Guardian o trabalho de Yale como "importante" por sua abordagem original de estudar a evolução das espécies.

Mas Lloyd diz que ainda se sabe muito pouco sobre o orgasmo em outras espécies e garante que, além de descarga hormonal, devem ser levados em conta outros aspectos neurológicos e musculares desse fenômeno.

Em seu livro, a pesquisadora afirma que o orgasmo feminino é simplesmente um remanescente do desenvolvimento embrionário.

"Só na oitava semana (do embrião) se produz uma forte liberação de hormônios masculinos que transforma os órgãos genitais em genitais masculinos", diz Lloyd.

Os homens precisam do orgasmo para transferir o esperma, mas as mulheres, de acordo com a bióloga, também têm tecidos musculares e terminações nervosas para o orgasmo, que ela descreve como um "acréscimo fantástico".

"Além do prazer, parece não ter um objetivo", diz Lloyd, ainda segundo o Guardian. "Mas isso não significa que o orgasmo feminino não seja importante. Ele simplesmente não parece ter uma função evolucionária."

Silva Neto

https://www.bbc.com/portuguese/geral-36944997