Angélica lembra carreira de cantora e cita influência de Madonna

Apresentadora recorda estouro aos 15 anos com 'Vou de Táxi', fala das turnês pelo Brasil e sua relação com a música atualmente

Angélica lembra carreira de cantora e cita influência de Madonna: 'Vários shows meus eram inspirados no que ela fazia'

Apresentadora recorda estouro aos 15 anos com 'Vou de Táxi', fala dos prós e contras das turnês pelo Brasil e conta como é sua relação com a música atualmente

Por Thaís Meinicke, Gshow — Rio de Janeiro

Angélica relembra carreira musical

Ela começou a carreira artística aos 4 anos e, aos 15, estreou na música com um sucesso estrondoso: seu primeiro single, "Vou de Táxi", lançado em 1988, superou rapidamente a marca de um milhão de cópias vendidas. Depois, outros hits vieram, com apresentações por todo o Brasil e até no exterior. Afastada dos palcos há quase 20 anos, Angélica aproveita o tema do Simples Assim do último sábado, 5/12, para recordar dos tempos de cantora, além de contar como a música ainda se faz presente em seu dia a dia e lembrar a influência que a diva pop Madonna, de quem é fã de carteirinha, teve e tem até hoje em sua vida.

A apresentadora lembra como tudo começou: "Na verdade, a música veio antes até da apresentadora. Eu já fazia televisão, novela, comerciais, fotos, modelo mirim... e já cantava, porque a minha agência de publicidade reunia aqueles talentos infantis e fazia shows. Mas não deu certo, porque não é fácil mesmo, é uma carreira muito complicada e eu era muito pequena, tinha uns 10, 11 anos. Então, fui fazer televisão na Manchete e, quando comecei como apresentadora, a carreira musical se abriu e foi mais fácil gravar o primeiro LP e me lançar como cantora. Mas o grande desejo primeiro era a música".

Com o lançamento do primeiro single, a carreira de Angélica deu uma verdadeira guinada, fazendo com que "Vou de Táxi" chegasse ao topo das paradas musicais e a loira passasse a ser idolatrada por fãs de todo o Brasil. Com apenas 15 anos, ela mergulhou numa intensa rotina de trabalho, shows e viagens pelo país, mas conta que, na época, não tinha tanta noção do tamanho do sucesso que estava fazendo e de como isso interferia em sua rotina de adolescente. "Eu não pensava muito no impacto do sucesso, só ia fazendo, as coisas foram acontecendo", diz.

"Não esperava que ia ser aquilo 'Vou de Táxi', show para tanta gente, tantas pessoas conhecendo a música, eu era muito nova. Tudo foi acontecendo e eu ia naquela onda, curtindo o momento e já pensando na próxima música de trabalho."

Relembre o clipe de 'Vou de Táxi', exibido no 'Fantástico em março de 1989

Mesmo sem parar muito para refletir sobre a carreira que estava construindo, era inevitável não se assustar com as dimensões que tudo estava tomando em determinadas situações. "Uma vez, fiz um show em Manaus que tinha 200 mil pessoas, que foi o primeiro grande show com 'Vou de Táxi'. Eu tinha 15 anos e fiquei muito assustada, pensei: 'Nossa, o que é isso?!'. Era sempre emocionante ver tanta gente cantando a música, já que era um sonho meu de tanto tempo. Mas em seguida já tinha que fazer outra coisa, trabalhar, não dava muito tempo de parar e pensar nisso", admite.

Mas a carreira musical de Angélica foi muito além de "Vou de Táxi". Ao todo, ela lançou treze álbuns de músicas inéditas, todos eles passando das 100 mil cópias vendidas, além de sete coletâneas. O último disco foi lançado em 2001 e, pouco depois, a apresentadora decidiu encerrar a rotina de shows. Hoje, ela lembra com carinho de todos os acontecimentos e descobertas daquela época. "O trabalho era muito intenso, você lançava a música e tinha que ir em todas as rádios, fazer divulgação... Cada música que lançava era um trabalhão, mas o grande lance, o mais gostoso, era fazer show, era estar em contato com o público ali no palco. Viajei o Brasil inteiro, conheci todos os estados do país e alguns lugares fora também. Era muito especial".

Na época, uma de suas principais inspirações era a cantora Madonna. "Sempre fui muito fã da Madonna. Adorava os shows dela e tem vários shows meus que eram bem inspirados no que ela fazia no palco", conta, lembrando já ter vivido alguns momentos ao lado da Rainha do Pop em que o nervosismo falou mais alto. "Conheci a Madonna e conversei... Quer dizer, conversei não, porque quando estou perto dela fico sem palavras! Então, não converso, fico só ouvindo", diverte-se. "É isso, né, para o fã, o ídolo é sempre assim, você fica ali babando naquela pessoa. E a Madonna é uma pessoa assim para mim, apesar de conhecer e já ter tido vários contatos de ficar junto em situações muito à vontade, para mim nunca é 'à vontade'", confessa.

Mas é claro que todo o sucesso que experimentou nos palcos também tinha seu lado ruim. A apresentadora diz que, na juventude, não se incomodava tanto com essa rotina, mas hoje não abriria mão dos momentos de lazer em família para seguir fazendo shows. "Você viaja muito e não tem fim de semana, não tem datas especiais. Quando está todo mundo descansando e se divertindo, você está trabalhando, porque esse é o objetivo, né? Antes era tudo bem para mim, eu era muito nova, mas hoje ia ser muito difícil deixar a família num fim de semana ou nessas datas especiais de Natal e Páscoa, por exemplo. Só fui ter fim de semana e feriado aos 29 anos, quando parei de cantar", explica.

"Não pretendo voltar a cantar ou a fazer shows, mas gosto de ter a música por perto, gosto de saber que ela me levou por caminhos tão especiais."

Hoje, sua relação com a música é movida pelo prazer que sente em tê-la em seu dia a dia. "Adoro música, ela é muito presente na minha vida. Ouço muito, canto muito em casa, gosto de ir a shows", conta Angélica, listando o que não sai da sua playlist atualmente. "Tem um monte de gente que eu gosto. Estava ouvindo uma que tinha Tiê, que é uma cantora que acho maravilhosa, e Anavitória, que cantam a música do 'Simples Assim'. Gosto muito de Caetano, Gil, Roberto Carlos, adoro Ivete Sangalo, Seu Jorge... E tem muito mantra também. Vou misturando tudo, minha playlist é bem doida", diverte-se.

Mesmo tendo dado um fim à sua carreira nos palcos, ela gosta de recordar os bons momentos daquela fase de sua vida. "Os fãs sempre me mandam músicas, relembram, ficam pedindo toda hora para eu fazer show! Às vezes tem música que fico na dúvida: 'Quem canta? Ah, era eu que cantava essa música!'. É engraçadíssimo, porque tem muitas que nem lembro, porque tem muitos LPs. Mas eu gosto de ouvir, de rever, foi uma parte muito importante da minha vida", diz.

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