Wanessa Camargo fala da alimentação dos filhos e confessa: "Se vou comer algo que não acho legal para eles, me escondo"

Mãe de José Marcus e de João Francisco, a cantora relembra o período de amamentação dos meninos, conta os erros que cometeu na introdução alimentar e diz que participa de grupos virtuais de maternidade

Wanessa com José Marcus e com João Francisco (Foto: Reprodução/ Instagram) Por Vanessa Lima  Ela também come alimentos proibidos sem que os filhos vejam, discute assuntos do cotidiano com as outras mães da escola por um aplicativo de troca de mensagens pelo celular e é julgada por outras mães na internet. Sim, apesar da fama, Wanessa Camargo também tem em sua rotina esses momentos, constantes na vida de todas as outras mães. Durante um evento em São Paulo, a cantora, casada com o empresário Marcus Buaiz, e mãe de José Marcus, de 3 anos, e de João Francisco, de 8 meses, conversou exclusivamente com CRESCER e falou de amamentação, alimentação e a maternidade real. Confira o nosso bate-papo: CRESCER: Você teve dificuldade com a introdução alimentar de algum dos seus filhos? Wanessa Carmargo: Na introdução, não. Os dois mamaram superbem, comem bem. O que aconteceu foi que o meu mais velho, José Marcus, acabou enjoando de algumas coisas e rejeitando certos alimentos. Erro meu. Não oferecia tanta variedade. Acabava mandando as mesmas frutas, principalmente no lanche da escola. Era sempre iogurte e uma maçã ou iogurte e uma banana. Chegou uma hora que ele não aguentava mais ver iogurte pela frente. Houve uma época em que ele cismou com a cenoura também. Eu gosto muito de cenoura, então, sempre tem em casa. Ele enjoou e não queria mais de jeito nenhum. Para resolver, levei ele para a cozinha, preparamos um purê juntos. Eu falava: "Olha, vamos colocar uma cenourinha aqui?". E ele: "Vamos!". Depois disso, acabou comendo. C.: Como você lida com os alimentos de que não gosta? Eles também não gostam? W.C.: O José Marcus, não sei por quê, não gosta de maçã. E eu acho um absurdo! Fico comendo maçã do lado dele. Falo "Hum! Que gostoso, maçã!". Não cola. Mas tem coisa que eu não posso colocar no prato, que ele fica olhando e quer. Então, preciso tomar cuidado. Se eu vou comer algo que não acho legal para eles, me escondo. Você tem que lembrar dos alimentos que são importantes, independentemente de você gostar ou não, e oferecer, comer perto, mostrar que você está comendo, deixar eles verem que é um hábito. Dizem que tem muito a ver com o que você come quando o bebê está na barriga. Eu acho que é verdade, porque eles adoram peixe e eu comia bastante. O José Marcus adora melancia e, quando eu estava grávida dele, eu tinha muito desejo. É uma das frutas de que ele mais gosta. C.:Você passou a se envolver mais no preparo dos alimentos depois de se tornar mãe? W.C.: Sim. Eu era um zero à esquerda na cozinha e também comia de maneira muito errada, principalmente na adolescência. Hoje, a minha parte na cozinha é basicamente a escolha dos alimentos e dos cardápios. Disso, sempre participei. Faço compras mesmo, porque acho importante mostrar para a pessoa que está trabalhando comigo o que eu quero dentro da cozinha. Preciso saber, mas não tenho competência para fazer. Eu precisaria de alguém para me ensinar, de uma professora que me alfabetize na cozinha. Acho que não gosto muito de fogão porque não tenho muita prática. Quando comecei a preparar as papinhas, fiquei muito feliz porque eu não sabia que eu tinha o prazer de ver alguém comendo algo que eu fiz. C.: Isso despertou em você uma vontade de fazer mais? W.C.: Sim. Sinto uma vontade até de aprender mais. Além disso, é legal para ter esse controle e saber que estou dando algo maravilhoso para os meus filhos. C.: O seu mais velho já demonstra algum interesse pela cozinha? W.C.: Ele adora cozinhar. Eu estou aprendendo por causa dele. Já fizemos pizza, vários purês, bolo... Ele adora e isso também me fez querer me envolver mais. Nunca tinha feito pizza na vida. Tive que aprender para fazer junto com ele. E ficou gostosa! C.: E como foi o período de amamentação dos dois? O fato de você ter tido o primeiro filho por uma cesárea e outro de parto normal influenciou nesse ponto? W.C.: Os dois mamaram superbem. Acho que não influenciou porque sempre fui muito focada na amamentação. Acho muito importante você esperar a criança vir na hora certa. Por mais que meu primeiro filho tenha nascido de uma cesárea, não marquei o dia. Ele veio quando quis, porque entrei em trabalho de parto. Acho que isso faz diferença. Além disso, a pediatra que acompanhou a cirurgia era humanizada, pegou a criança, colocou em mim... Meu filho não saiu de perto de mim e o primeiro banho quem deu foi o pai. O José foi para o meu peito na primeira meia hora, o que também foi feito com o João. Pegaram o peito já de primeira. C.: Como você se preparou para amamentar? W.C.: Falei com muita gente para me informar, trabalhei o bico do peito com a buchinha... Na primeira vez, machuquei uma das mamas porque deixei pegar errado. Na segunda, já não aconteceu nada. Dói pra caramba, mas foi mais fácil. Eu tinha muita vontade de amamentar, era um dos meus maiores sonhos relacionados à maternidade. Foquei muito. C.: E eles mamaram por quanto tempo? W.C.: O José até 8 meses e o João, até 6. O leite acabou secando nas duas vezes porque voltei a trabalhar. Eu ficava muito tempo fora por causa das viagens. Quando voltei a fazer shows, o José tinha 7 meses. Eu ainda segurei um mês. Já, na vez do João, voltei a trabalhar depois de três meses e meio. Não sei como segurei até os seis meses. Foi uma luta. C.: Você tirava o leite? W.C.: Sim. Às vezes, no meio do avião. Eu tinha que ir lá no banheiro e ficar tirando. Outras vezes, antes de começar o show, eu dizia: 'Espera aí, gente. Tenho que tirar um pouco, se não vai começar a secar'. Mas, a cada semana que eu passava fora, secava mais. Fui ficando desesperada. Tomava canjica, bebia água, tentava descansar, mas não tinha jeito. O trabalho tem essa carga, dá um certo estresse. C.: Como é essa questão da maternidade virtual para você? W.C.: Participo de grupos de mães. Acho que tem um lado muito positivo, que é esse de compartilhar experiências. Por exemplo, uma mãe postou em um grupo em que estou, dizendo que a filha dela estava com pintinhas no corpo e febre. Ninguém é médico, mas, pela descrição, notei que os sintomas eram muito parecidos com os de rosácea, que o João tinha acabado de ter. Aí eu disse: 'Pode ser rosácea. Fica tranquila, acho que não é nada sério'. Tudo bem, ela vai falar com o médico, mas já dá um embasamento, já dá uma luz. Essa troca de informações é positiva. Mas é preciso sempre procurar uma ajuda mais profissional. Mas existem os perigos também. Já vi gente entrar no grupo fingindo ser uma mãe, indicando uma babá ou um funcionário, dizendo que é de confiança e tudo mais, mas você não conhece. Como está ali no grupo, a mãe pensa: 'Bom, é uma mãe, né?'. Aí liga para a pessoa que pode ser um bandido. Por isso, acho que indicações precisam vir de quem você conhece. C.: E na web tem muito julgamento entre as mães, não? W.C.: Ah, tem. Acho que você tem de saber dividir só com os seus amigos o que é pessoal. A não ser que você também compartilhe, mas não esteja nem aí. A gente fica mesmo aberto a julgamentos. As pessoas são assim. Uma vez apareceu uma imagem minha andando com meu filho em um canguru. Aí um monte de gente começou: "Não pode andar no canguru. Dá displasia no quadril". Eu sei que não é o ideal e que não é o melhor, mas, no caso, estava com meu braço dormente, andando com o bebê no aeroporto. É uma vez. Eu uso todo dia? Não. Eu uso toda semana? Não. Entendeu? Uso duas vezes por mês, quando muito. Só quando vou viajar e preciso carregar bolsa junto, preciso ter o braço mais livre... Aí, não vou ficar respondendo. Tem coisas que você precisa abstrair.