Produtos agropecuários têm alta demanda em Iguatu
CENTRO-SUL
Iguatu As lojas especializadas em venda de sistema de irrigação e implementos agrícolas registram boas vendas, mesmo nesse período de intensa estiagem no Nordeste. Os empresários do segmento estão satisfeitos e atribuem à liberação de financiamentos, pelos bancos oficiais, de recursos para implantação de projetos de produção agrícola como o motor que impulsiona o setor.
As empresas instaladas na região Centro-Sul do Estado se expandiram e, nos últimos anos, seus negócios chegaram até outras cidades do Ceará
As empresas instaladas nesta cidade, localizada no Centro-Sul do Ceará, expandiram, nos últimos anos, seus negócios para outras regiões e, hoje, atendem praticamente a todo o Estado. Na década passada, houve uma mudança significativa a partir da aquisição de sistemas modernos de irrigação, com base em tecnologia de ponta de Israel e da Califórnia, no Oeste dos Estados Unidos da América do Norte.
O modelo tradicional de inundação, no qual a área de cultivo recebia imensa quantidade de água, foi substituído por sistemas localizados de irrigação – gotejamento e microaspersão. “Antes, os desperdícios de água e de energia eram muito grandes”, confirma o empresário Alfredo Felipe, da Servelétrica Serviços e Materiais. “Os motores e o sistema de irrigação eram inadequados”, explica.
Recentemente, Felipe esteve visitando a Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos e conheceu novos sistemas de irrigação. “Hoje, nós vendemos o que há de mais moderno. Os produtores perceberam que sem tecnologia não dá para produzir porque os custos ficam elevados”, complementa.
O setor de implementos agrícolas e modelos de irrigação dependem de liberação de financiamentos dos bancos. “Houve uma expansão nos últimos anos graças ao crédito agrícola que mesmo com atraso e dificuldades chegou às mãos dos pequenos produtores rurais”, observa o gerente da ABF Irrigação, Emanuel Ferreira. “Para a nossa região, deveria haver mais investimentos na irrigação localizada que reduz significativamente os custos de energia, de mão-de-obra e o consumo de água”.
O sistema de irrigação moderno apresenta muitas vantagens. São fixos, não necessita, portanto, de mudar mangueiras e tubulações, e os automatizados funcionam apenas com o acionamento da chave elétrica. A distribuição da água é feita automaticamente. Quem tem o sistema automatizado aproveita o horário sazonal das 21 horas às 5 horas e obtém redução de 75% na tarifa de energia.
Em média, um sistema de irrigação localizado, para uma área de um hectare, custa R$ 5.000,00. Se for automatizado o preço sobe para R$ 8.000,00. Nesses dois casos, sem incluir fonte de água, como poço tubular ou reservatório superficial.
O município de Iguatu apresenta terras planas e é abundante de água. “Quem tem irrigação está enfrentando a seca porque a produção de forragem está mantida”, observa Ferreira. “O governo precisa investir mais ainda nesse setor, facilitando a aquisição de sistemas de irrigação”. Produtores de banana nas várzeas do Rio Jaguaribe, neste município, estão abandonando modelos antigos de elevado custo e desperdício de água para sistemas por gotejamento, de maior economia e praticidade.
Além de modelos de irrigação, a Servelétrica especializou-se em venda de implementos agrícolas: batedores de cereais, colhetadeiras, e plantadeiras. “Por enquanto, houve uma retração nas vendas desses itens por causa da seca”, explicou Felipe. “Quando não há financiamento dos bancos, as vendas tendem a cair”, revela.
Forragem
Conforme Emanuel Ferreira, os produtores estão investindo em aquisição de sistemas de irrigação para cultivo de capim para forragem e alimentação do gado e para fruticultura. “Houve uma expansão no setor de fruticultura, plantio de goiaba, graviola e implantação de forrageiras”, observou. “A maioria dos projetos varia de um a três hectares”.
O produtor rural, Antonio de Souza, afirma que graças à irrigação mantém permanentemente uma área de dois hectares de capim. “A forragem é para o gado”, disse. “Se não fosse a irrigação, os animais estariam morrendo de fome”. O criador, Luís Ribeiro, diz que espera desde o ano passado a liberação de recursos pelo Banco do Nordeste para instalar um sistema de irrigação, no distrito de Quixoá. “Lá temos água e terra boa, mas falta condições de produção”.
Projeto São José III
Hoje, pela manhã, na cidade de Acopiara, o governo do Estado lança o São José III. O evento será no ginásio do Liceu e, nessa primeira etapa, serão investidos R$ 200 milhões.
A prioridade é a liberação de projetos para abastecimento de água e implantação de unidades produtivas associativas.
O Projeto São José III é um financiamento do Estado ao Banco Mundial (Bird). Neste ano, há uma expectativa por parte dos agricultores em decorrência do quadro de estiagem que castiga o sertão cearense desde 2012.
Os produtores rurais pedem agilidade na liberação dos recursos, dos implementos contratados e na construção dos sistemas de abastecimento de água, pois existem projetos pendentes do ano passado.
Mais informações:
Servelétrica Serviços e Materiais
de Irrigação. Telefone: (88) 3581. 1478/ ABF Irrigação. Telefone:
(88) 3581.1436
Honório Barbosa
Repórter
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