CE - Indústria de base será privilegiada

ALÉM DA PAUTA DE EXPORTAÇÃO

Calçados, couros, frutas, notadamente a castanha de caju, têxteis, entre outros, são, atualmente, os principais produtos da pauta de exportação cearense, segundo dados do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). Estes setores, por já apontarem quais as vocações do Estado no mercado externo, deverão ser privilegiados na área da ZPE do Pecém. Segundo Eduardo Macêdo, presidente da ZPE Ceará, que é a empresa administradora da área, juntamente com esta pauta, a indústria de base deverá ter maior representatividade na zona.

Macêdo informa que o plano de negócios para a ZPE do Pecém está sendo fechado e, paralelo a isso, já vem atuando junto a algumas empresas no sentido de atraí-las para a ZPE. "Não estamos privilegiando nenhum tipo de indústria, até porque estamos ainda em fase inicial, mas eu entendo que duas grandes referências podem ser destacadas", afirma, apontando a pauta de exportações e a indústria de base.

"A vocação natural do Porto do Pecém  e as principais indústrias exportadoras do Estado nos dão grandes referências da possível vocação da ZPE", justifica o presidente. No ano passado, somente o item calçados representou 26,7% das exportações cearenses, movimentando R$ 338,6 milhões nestas transações. Couros e peles seguem em expansão, já participando em 16,2% das vendas externas.

A possibilidade destes e dos demais setores da lista de principais produtos do Ceará que seguem para o exterior ganharem destaque na ZPE do Pecém já vem, há algum tempo, sendo pensada. Nos idos de 2009, antes ainda de a ZPE cearense ter sido aprovada, já se cogitava a possibilidade de inclusão de empresas destes segmentos na ZPE, e já se falava em empresários interessados.

Novas perspectivas

Já as perspectivas com a indústria de base, segundo Macêdo, vêm motivadas pelo perfil do local onde a zona está inserida. "Outra referência que destaco, pela localização geográfica da ZPE (que é considerado o maior projeto do País), pelo porte das indústrias que já estão inseridas na ZPE de Pecém (CSP e Vale Pecém), é que nós poderemos nos tornar uma ZPE voltada para a indústria de base", acredita.

A indústria de base é o tipo de indústria que produz matéria prima para outra empresa, isto é, produzindo ou as máquinas, ou a própria matéria prima. A siderurgia, a metalurgia e a petroquímica - setores que ganharão força no Estado com a CSP (no caso dos dois primeiros) e a refinaria Premium II, da Petrobras (no caso do último) - são exemplos desta que também é chamada de indústria pesada, ou de bens intermediários. "Isto é possível, mas a vocação vai ser consolidada ao longo do tempo. Não podemos fechar a porta para nenhum setor, desde que sejam indústrias exportadoras (a legislação permite no mínimo 80% seja exportado e que sejam indústrias de transformação)", reforça o presidente da ZPE Ceará. (SS)