PIB do Ceará cresce 4 vezes a média do País e soma R$ 94 bi

Com o resultado, a soma de todas as riquezas produzidas no Ceará alcançou a cifra de R$ 94,6 bi no ano passado

Mesmo diante do fraco desempenho da economia brasileira em 2012, na comparação com o ano anterior (0,9%), e contrariando a prévia do Banco Central para o crescimento da atividade econômica do Estado em igual período (1,2%), o Ceará não decepcionou, mantendo, mais uma vez, a tendência de crescer acima da média do País. No acumulado de 2012, a economia estadual avançou em ritmo quatro vezes superior ao registrado pelo Brasil, crescendo 3,65%, medida por meio do seu Produto Interno Bruto (PIB). Com o resultado, a soma de todas as riquezas produzidas no Ceará alcançou a cifra de aproximadamente R$ 94,6 bilhões no ano passado.

Das nove unidades da federação que calculam o indicador, além do Ceará, a Bahia também já divulgou seu PIB, cujo índice ficou abaixo do da economia cearense, alcançando 3,1% de crescimento sobre 2012.

Os números da economia cearense, calculados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), foram divulgados na tarde de ontem pelo governador Cid Gomes, pelo secretário de Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo, e pelo diretor geral do Ipece, Flávio Ataliba, durante a reunião do Monitoramento Ações e Programas Prioritários (Mapp).

Por setor

Responsável por mais de 70% da atividade econômica estadual, o setor de serviços continuou sendo a maior influência positiva para os números alcançados. Foi o que apresentou melhor desempenho em 2012, com um crescimento de 5,81% (o nacional ficou em 1,7%). As atividades que mais contribuíram para o resultado foram o Comércio (7,95%); Alojamento e Alimentação (6,65%); Transporte (7,99%) e Outros serviços, com 10,13%. As causas do crescimento do Comércio, foram atribuídas às vendas varejistas, devido ao ganho real da massa salarial e à expansão do crédito em 2012.


O governador Cid Gomes e o diretor geral do Ipece, Flávio Ataliba, participaram da apresentação dos dados, na tarde de ontem Foto: Tuno Vieira

Já o índice para o setor industrial ficou em 2,63%, ante queda de 0,8% no conjunto do País. Entretanto, não foi a indústria de transformação que contribuiu para o desempenho do setor no Estado. Esta recuou 1,5% em 2012,assim como o segmento extrativo mineral (-4,42%). As atividades que contribuíram positivamente para o índice foram Produção e distribuição de eletricidade, gás e água (8,79%) e a Construção Civil (4,72%).

Já o setor Agropecuário cearense apresentou declínio de 20,11% no ano passado, com redução na produção das culturas agrícolas (arroz, feijão, milho, banana de sequeiro, mamão, castanha de caju e abacaxi). A produção positiva foi verificada na banana irrigada, melão e melancia. No quarto trimestre de 2012 o setor já apresentava queda de 8,56%. A agropecuária cearense depende da quadra invernosa, que, para este ano, continua indefinida.

Questionado sobre os motivos para o crescimento da economia cearense acontecer em ritmo quatro vezes superior à média do País, Cid apontou um conjunto de fatores envolvendo políticas públicas federais e o volume de investimentos realizados pelo governo estadual. Segundo ele, a ampliação da renda mínima, por meio dos programas de transferência, repercute sobretudo nas regiões mais pobres, aquecendo o mercado de consumo, com reflexo no comércio. "Com mais renda as pessoas compram mais, o comércio demanda mais da indústria, assim como atrai mais unidades industriais para o Estado, de olho nesse mercado, gerando um círculo virtuoso na economia", explicou o governador. "Ao mesmo tempo, temos os investimentos públicos, sobretudo em infraestrutura, em portos, estradas, aeroportos, que repercutem fortemente na economia. Por tudo isso, conseguimos crescer acima da média do País".