Hortifruti está até 64% mais caro neste começo de ano

Conforme levantamento feito pela Ceasa-CE (Centrais de Abastecimento do Ceará S/A), as verduras e legumes que apresentam maiores altas nos preços, na virada de 2012 para 2013, foram o repolho híbrido, alta de 64% no saco de 20 kg, que saltou de R$ 24,90 para R$ 40,93; a beterraba, que cresceu 44%, subindo de R$ 23,33 para R$ 33,73, também para o saco de 20 kg; e a batata-inglesa, cujo aumento, dessa vez no saco de 50 kg, foi de 38%, de R$ 104,33 para R$ 144,67.

Entre as maiores altas nos preços, a batata-inglesa registrou aumento de 38%, passando a custar R$ 144,67 a saca de 20 kg 

Os dados são referentes a preços médios colhidos pelo órgão em dezembro do ano passado e em janeiro deste ano.

"Estes três itens tiveram suas produções prejudicadas por causa da estiagem. Então, tivemos que trazer de outros estados, com frete mais caro. Por isso, os preços subiram muito", explica Odálio Girão, chefe da unidade de informação de mercado agrícola da Ceasa no Ceará. "Além disso, por conta da seca, os produtores passaram a plantar menos e com mais cuidado, com medo de desperdiçar suas sementes", afirma.

Frutas

No que se refere às frutas, a banana pacovan obteve uma das altas mais sentidas pelos consumidores, subindo 19,2% na passagem de dezembro de 2012 para janeiro de 2013, quando o cento custava R$ 14,98 e passou a valer R$ 17,85. A do tipo prata anotou elevação de 7,6%, saindo de R$ 12,40 para R$ 13,35 o cento.

Cereais e hortaliças

Entre os cereais, a maior alta ficou com o popular feijão carioquinha, que, na virada do ano, aumentou em 25,9% o saco com 60 kg do item. A farinha também apresentou uma alta significativa. As do tipo fino e grossa, sejam amarela ou branca, anotaram um crescimento de 22,1% no preço do saco de 10 kg, saltando de R$ 27,75 para R$ 33,88.

Já a farinha d´água, na mesma quantidade, subiu de R$ 38,50 para R$ 40,63. "Todas também por conta da seca", aponta Girão.

Ainda no campo, o declínio mais acentuado foi verificado no quilo do frango vivo, que uma queda de apenas 6,4%, caindo de R$ 4,51 para R$ 4,23.

Em relação às hortaliças (frutas, verduras e legumes) que registram queda, o principal destaque ficou por conta da caixa de 10 kg de vagem, que, em dezembro do ano passado custava R$ 41,58, e, em janeiro último, passou para R$ 23,56.

Outro declínio acentuado foi percebido no quilo do abacate, que foi vendido no fim do ano, em média, a R$ 4,00, e, no início deste, a R$2,29.

Também chamaram a atenção produtos como o cento de chuchu, que apresentou um decréscimo de 35%, caindo de R$ 58,18 para R$ 37,40; o cento de pimentão primeira, com queda de 33%, descendo de R$ 14,12 para R$ 9,43; e a caixa com 12 kg de pimentão extra, cujo preço médio caiu de R$ 29,15 para R$ 20,16, retração de 30%.

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Pesquisa e substituições

Helena Selma Azevedo
Professora de Economia Doméstica da UFC


O consumidor deve fazer pesquisa de preço, comparar se os alimentos têm a mesma função nutricional e deve substituir uns pelos outros. Há uma tendência de aumento dos preços dos alimentos em decorrência do modelo adotado pelo mercado internacional. Por exemplo: alimento agora é commoditie, virou mais moeda de troca como antigamente. Além dos transtornos ambientais. Junta uma crise econômica, alimentos serem commodities, boa parte do espaço agrícola ser destinada para produtos que vão ser combustíveis e questões climáticas. Com isso, acredito que essas altas devem continuar acontecendo. Ainda sobre as substituições, não aconselho substituição de feijão com macarrão, como está acontecendo. O macarrão só tem calorias, não têm vitaminas e nem sais minerais que o feijão tem. Comer arroz e feijão é fundamental. As frutas da estação tendem a ser mais baratas e a qualidade é muito boa. Sempre defendo o consumo de frutas da estação. Elas têm vitaminas e sais minerais. É muito bom que as pessoas não fiquem só no padrão do supermercado. Quando você vai na feira é que conhece o que é típico do local. Às vezes até os preços são melhores.