VIDA TRIPLA - Dentista concilia mais dois trabalhos
A dona de casa Lúcia Alves Almeida é paciente do dentista Napoleão Caldas há mais de 12 anos. No entanto, somente na última quinta-feira, enquanto ele contava sobre sua vida dupla, ela descobriu que o homem que cuida de seus dentes também faz parte de uma banda que toca sucessos antigos de Roberto Carlos, um de seus maiores ídolos na música. "Eu já sabia que ele também era músico, mas não que tocava o ´rei´. Agora, eu tenho uma motivação a mais para finalmente vê-lo se apresentar", brincou a paciente.
Hoje com 36 anos, o dentista subiu nos palcos pela primeira quando tinha apenas 16. Pouco depois, ao concluir o ensino médio, chegou a estudar música durante um semestre, na Universidade Estadual do Ceará (Uece). "Mas aí eu larguei e fui fazer cursinho, para prestar vestibular mais uma vez para odontologia. Passei em uma faculdade de Natal, no Rio Grande do Norte, e voltei para Fortaleza em dezembro de 2003, já formado e pronto para começar uma especialização", conta.
Apresentações
Hoje com 36 anos, o dentista subiu aos palcos pela primeira quando tinha apenas 16. Além do projeto em homenagem a Roberto Carlos, faz parte de outras duas bandas. Uma delas de caráter mais autoral.
Apesar de estabelecido como um profissional da área de saúde, Napoleão continua ´apegado´ às guitarras, aos violões e aos baixos, instrumentos que ele domina muito bem.
"Às vezes me apresento uma vez por mês, duas vezes por mês, varia bastante", revela o dentista, que, além do projeto em homenagem a Roberto Carlos, intitulado ´Soul Rei´, faz parte de outras duas bandas: a Nômades, de caráter mais autoral, e outra, ainda sem nome, que toca canções de Chico Science & Nação Zumbi.
Terceira atividade
A paixão pela música levou Napoleão a dar início a uma terceira atividade, dessa vez com uma veia mais empresarial.
Desde 2010, ele e uma sócia, conduzem a casa noturna Acervo Imaginário, localizada na Praia de Iracema e mais conhecida por receber bandas de rock da cena local.
Na própria última quinta-feira, enquanto recebia a reportagem em seu consultório, o dentista revelou que ainda cuidava dos últimos detalhes para a realização de dois eventos neste fim de semana (sexta-feira e sábado). "Estamos reabrindo o Acervo agora, pois demos uma parada para fazer uma reforma", disse.
Apesar dos vários projetos paralelos à carreira em odontologia, ele revela que, ao longo do mês, é o seu consultório que o sustenta.
"Praticamente toda a minha renda vem do trabalho de dentista, pois os cachês que recebo como músico não são altos, apenas pagam as despesas que eu tenho para tocar (manutenção de estúdio, transporte, instrumentos, etc); e o Acervo Imaginário ainda não está consolidado o suficiente para me dar um retorno financeiro significativo, a previsão é que isso demore mais alguns anos para acontecer", explica o profissional.
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