2013 - Agricultura pode render até R$ 3 bi ao Estado

Conforme estimativa do Ministério, se a situação for normal, o Ceará terá a maior alta do Brasil no comparativo com 2012

Apesar da previsão da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) não ser muito boa para os próximos três meses - a probabilidade de chover abaixo da média é de 45% -, as lavouras cearenses podem gerar recursos significativos ao longo do ano. De acordo com dados divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a estimativa é que o Estado arrecade aproximadamente R$ 3 bilhões, um valor 159% superior ao registrado em 2012, que foi de R$ 1,1 bilhão. Tal elevação na expectativa foi a maior entre todos os estados e brasileiros.

A estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) das principais lavouras do País é divulgado mensalmente pelo Mapa e os dados mais recentes dizem respeito às atualizações verificadas no mês de fevereiro. Conforme o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, as previsões são animadoras, mas não consideram qualquer tipo de imprevisto, podendo assim serem alteradas nos próximos meses. "Nossa safra deve ser plantada ao longo deste mês, assim como em março, e tem totais condições de alcançar os valores previstos pelo Ministério. O problema é que isso só vai acontecer dentro de uma situação de normalidade, que inclui chuva, manutenção de pastagem e recuperação dos recursos hídricos, o que não há como garantir", diz.

Maiores destaques

Segundo os dados do VBP, o item que mais deve render recursos ao Ceará neste ano é o tomate, com uma expectativa de R$ 766,6 milhões. Logo em seguida aparece a banana, com R$ 726, 6 milhões e o feijão, no qual é projetado um valor de R$ 694,8 milhões em 2013.

"Desses três itens, o único voltado exclusivamente para o agronegócio é a banana, que hoje tem uma cultura de comercialização. O feijão é somente para o mercado interno e a produção de tomate, plantada com ímpeto na Serra da Ibiapaba e no Maciço de Baturité, também destina uma boa parte de sua colheita à agricultura de subsistência", comenta o presidente da Faec.

Revisão para baixo no País

O Mapa revisou para baixo sua projeção de crescimento do VBP da agricultura brasileira para 2013, que mesmo assim se mantém no maior nível da série histórica. No mês passado a projeção era de crescimento de 26,3% para R$ 305,3 bilhões, mas o índice foi revisto para R$ 283,5 bilhões, que se confirmado será 16,3% superior aos R$ 243,9 bilhões estimados para 2012.

A principal alteração na projeção do VBP ocorreu para a cultura da soja. A estimativa divulgada em janeiro projetava crescimento de 52,3% no valor da produção da oleaginosa, para R$ 104,1 bilhões. O levantamento divulgado ontem reduziu a projeção do VPB da soja para R$ 89,3 bilhões, valor 30,8% superior ao registrado em 2012.

O ministério também reduziu sua projeção de crescimento do VBP da cana-de-açúcar, dos R$ 48,5 bilhões (+13,3%) estimados em janeiro para os atuais R$ 46,5 bilhões (+7,5%).

José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, explica que a queda dos preços da soja levou à revisão dos valores estimados para este ano. Ele diz que, na estimativa anterior, a projeção da soja era de R$ 73,25 por saca. No levantamento atual, o valor passou para R$ 64,60, conforme os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

A perspectiva de recuperação do valor da produção da cana-de-açúcar coloca a região Sudeste de volta ao topo do VBP, com projeção de R$ 82,143 bilhões, valor 20,1% superior ao estimado para o ano passado.

Entre todos os estados brasileiros, a perspectiva é que São Paulo lidere o VBP com R$ 49,9 bilhões arrecadados neste ano, seguido de perto por Mato Grosso (R$ 45,8 bilhões) e Paraná (R$ 38,7 bilhões).

Destaque

766 milhões de reais é o valor esperado no Ceará com a produção de tomate, item que deve ser o mais influente na arrecadação do Estado