SEMANA SANTA - Peixe deve ficar até 30% mais caro

O orçamento do fortalezense vai ficar mais comprometido até a Semana Santa devido ao alto preço do peixe na Capital cearense. A escassez de chuvas, a falta de estrutura para armazenar pescado em Fortaleza e o período do defeso do Pargo são os principais motivos apontados pelos comerciantes dos boxes do mercado do peixe, na praia do Mucuripe. Segundo eles, a tendência é de até 30% de aumento no preço do produto até o fim de março, quando ocorre o feriadão.

Em relação à Páscoa do ano passado, o quilo de alguns peixes já apresenta alta de 47%. É o caso da Cavala, que passou de R$ 17 para R$ 25 

Até a quarta-feira de Cinzas, quando inicia o período da Quaresma para os católicos, o quilo do Pargo e da Cavala - espécies mais procuradas durante a época Pascal, custava até R$ 18,00 e R$ 25,00, respectivamente. A Cioba e o Ariacó, que substituem o Pargo, eram vendidos a R$ 17,00 o quilo. Já o quilo do Guaiúba saía a R$ 18,00, enquanto o do Beijupirá era comercializado a R$ 22,00.

Antes mesmo da Páscoa, os preços dos peixes nos boxes do Mucuripe já estão até 47% mais salgados. É o caso da Cavala, que custava R$ 17,00 o quilo em fevereiro do ano passado e hoje pode chegar a R$ 25,00. Outro aumento significativo em relação ao mesmo período de 2012, ocorre com o quilo do Guaiuba, que passou de R$ 13,00 para R$18,00, alta de 38,4%.

As variações face aos preços praticados em fevereiro de 2012 tendem a ficar ainda maiores, segundo comerciantes do lugar. Antônio Pereira de Matos, permissionário dos boxes 13 e 14 explica que, com o período do defeso do Pargo, do camarão e da lagosta, a falta de peixes e crustáceos aumentou. "Cerca de 80% dos pescadores estão assegurados com o seguro desemprego. E se eles não saem para o mar, não pescam também outros peixes, como Cioba, Ariacó e Guaiúba. Então, se não vier pescado de outros mercados, vai faltar peixe e a tendência é o preço subir até 30%", estima.

Além da redução do volume de pesca, ele reclama da falta de armazenamento. "Não temos mais em Fortaleza empresas que armazenem pescado e aqui no mercado não temos estrutura para isso", afirma.

O comerciante Cosme de Lima, do box 5, acrescenta que a falta de chuvas também tende a piorar a situação. "Se não chover em março, o quilo do Pargo e da Cioba pode chegar até R$ 22,00", alerta.