SELIC A 7,25% Copom mantém o juro básico como já era esperado
Brasília. Apesar de admitir que houve piora no "balanço de risco para a inflação" no curto prazo, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 7,25% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) encerrada na noite de ontem.
Ao justificar a decisão, o BC afirmou que a recuperação da atividade doméstica é menos intensa do que o esperado e que o ambiente internacional continua "complexo".
A instituição repetiu o discurso de que a "estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta "continua sendo a manutenção dos juros nesse nível" por um período de tempo suficientemente prolongado. A taxa básica está nesse patamar, o menor da história recente, desde outubro.
Inflação
Ao falar da "convergência da inflação para a meta" de 4,5%, o BC retirou do comunicado uma expressão que havia sido usada nas reuniões de outubro e novembro, de que a queda do índice de preços se daria "de forma não linear", ou seja, com momentos de alta e baixa. Agora, disse apenas que sua estratégia visa a garantir o recuo da inflação.
A decisão foi unânime e era esperada por praticamente todo o mercado financeiro. A expectativa agora fica por conta da ata da reunião, documento que será divulgado na quinta-feira da próxima semana (24) e que trará mais detalhes da avaliação que o BC faz sobre a economia neste momento.
O Copom volta a se reunir nos dias 5 e 6 de março, poucos dias depois do anúncio do Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre de 2012.
Na avaliação de vários economistas, o BC terá de administrar os juros em um cenário de inflação em níveis elevados, mas com baixo risco de estourar o limite da meta, e previsões de crescimento abaixo do esperado pelo governo. Atualmente, as projeções mostram expansão em torno de 1% para 2012 e pouco acima de 3% na média do período 2013-2015.
O espaço para estimular a economia por meio de mudanças nos juros, no entanto, continua limitado. O próprio BC calcula que a inflação deverá ficar acima do centro da meta neste e no próximo ano.
A avaliação anterior do BC sobre a inflação era a de que, no curto prazo, ou seja, nos próximos meses, os índices de preços mostrariam resistência, mas devem cair ao longo do ano. A afirmação contribuiu para que a maioria dos analistas avaliasse que não está nos planos do governo aumento dos juros neste ano.
Segundo levantamento do serviço AE Projeções, da Agência Estado, feito antes da reunião, apenas 14 analistas, entre 79 consultados, esperam alta de juros neste ano.
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