PECÉM - Indústrias devem aportar R$ 14,6 bilhões na região
Criado na década de 1990, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) só agora parece estar tomando o rumo pensado quando de sua concepção: o de ser o polo concentrador das indústrias de base do Ceará, colocando o Estado em um outro patamar de importância econômica. Hoje, oito empresas já estão em funcionamento no complexo, e outros oito empreendimentos em implantação prometem aportar um investimento de R$ 14,64 bilhões na região, gerando o surpreendente número de 20.865 oportunidades de emprego, entre diretos e indiretos, quando em operação.
Destes oito projetos, cinco estão em instalação no município de São Gonçalo do Amarante, e os outros três em Caucaia. A maior parte de todo este investimento é proveniente da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que prevê colocar um montante de R$ 11,1 bilhões na construção de sua planta em São Gonçalo. Não por menos o empreendimento é considerado como o de maior porte em curso pela iniciativa privada no Brasil. A usina, quando em operação, prevê a geração de 14 mil empregos. Entretanto, até chegar a esta etapa, o empreendimento já está movimentando o mercado de trabalho da região e, até 2015, tem previstos 23 mil colocações, entre diretas e indiretas.
Em Caucaia
Caucaia também terá uma planta na área de siderurgia. No início do mês, a Siderúrgica Latino-Americana começou os trabalhos de terraplanagem, e as obras devem ser finalizadas até o ano que vem.
O empreendimento é do grupo espanhol Hierros Añon, com parceria de 10% do governo estadual, por meio da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece). Serão colocados R$ 232 milhões na primeira fase da usina, que projeta 250 empregos diretos e outros mil indiretos.
Outra empresa nesta lista - fornecida pela Adece - já iniciou suas operações, apesar de ainda não ter sido inaugurada. Trata-se da Energia Pecém, do grupo MPX do empresário Eike Batista, que vem empregando recursos de R$ 2,4 bilhões em sua implantação no mesmo município. Nesta fase de operação, a empresa deve ter 120 funcionários e mobilizar outros 480 postos indiretos de trabalho.
Já em Caucaia, mas na mesma atividade, está em curso a instalação da termelétrica José de Alencar, com recursos de R$ 510 milhões. Diferentemente da usina da MPX, cuja matriz energética é o carvão mineral, a José de Alencar funcionará a base de gás natural. De menor porte, a planta gerará 30 empregos diretos e outros 120 indiretos. O município também recebe as obras da Eternit, fábrica de louças sanitárias que envolve investimento de R$ 117 milhões. A unidade pretende gerar 400 empregos diretos e outros 1360 indiretos, segundo dados apresentados pela Adece.
Lubnor
O projeto, ainda não iniciado, de transferência para o Pecém da refinaria de lubrificantes e asfalto da Petrobras em Fortaleza, a Lubnor, está na lista da Adece de projetos em curso na região. Estão reservados R$ 200,25 milhões para isso, criando 192 vagas diretas e 798 indiretas. A expectativa é de que a usina já esteja no complexo até o fim de 2014, juntamente com a tancagem de combustíveis hoje localizada no Mucuripe.
As duas outras indústrias são no segmento de energia eólica. A Aeris está investindo R$ 80 milhões em uma fábrica de pás eólicas, que já estão sendo produzidas na planta, que, quando finalizada, empregará 340 pessoas, gerando ainda 1350 postos indiretos. A alemã Fuhrländer está aportando outros R$ 3 milhões em uma fábrica de aerogeradores, criando 35 empregos diretos e outros 140 indiretos.
Serviços também buscam espaço
Além das empresas já em operação e as que estão se instalando, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) tem a expectativa de novos investimentos a curto e médio prazos por meio de empreendimentos que já contam com protocolos de intenções assinados com o governo do Estado. São oito, ao todo, sendo quatro indústrias e outras quatro no setor de serviços. Juntas, elas somam investimento de R$ 227,35 milhões.
Entre as indústrias, três são em Caucaia e uma é em São Gonçalo do Amarante. O maior deles, proposto para este último município, é o projeto de um condomínio industrial, no valor de R$ 89 milhões.
Empreendimento da G&B Desenvolvimento de Projetos Ltda, o condomínio, previsto para Caucaia, deverá ser composto de 60 galpões de 1.500 metros quadrados, com serviços e apoio a bancos, correios, lojas, posto de combustível, além de refeitório industrial e salas para reuniões e treinamento. A projeção é de formação de 1.500 empregos diretos e 4.500 indiretos.
O segundo empreendimento de maior porte é uma fábrica de industrialização e beneficiamento de produtos alimentícios, da empresa Bom Cearense. Com recursos de R$ 60 milhões, a unidade fabril, proposta para Caucaia, planeja contratar mil funcionários, além de projetar a criação de outros 2.800 indiretos.
Metalurgia
Reforçando o setor metal-mecânico, há também a intenção da empresa Metalúrgica Hispano Ltda. de montar, em Caucaia, uma unidade de fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada, em projeto orçado em R$ 19 milhões, e previsão de gerar 300 postos diretos e 500 indiretos de trabalho.
Cargas
No setor de serviços, o maior é o da Brok Logística, que quer entrar, em São Gonçalo do Amarante, com serviço de cargas e transportes em contêineres, investindo R$ 23,35 milhões.
A Termaco também quer oferecer serviços de logísticas ao Cipp, e pretende investir o valor de R$ 12 milhões.
SÉRGIO DE SOUZA
REPÓRTER
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